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Prevenção

Dia do Churrasco e Chimarrão será com cuidados redobrados

Foto: Rafaelly Machado

Independente da hora em que você estiver lendo essa matéria, há pouco mais de um mês, neste momento, a movimentação já era intensa na Rua Pereira da Cunha. Todas as sextas-feiras, o dia era de churrasco no número 421, nas imediações do antigo Posto do Sapo. E os preparativos começam logo nas primeiras horas da manhã. No local funciona o tradicional Restaurante e Lancheria Arroio Grande, que há 30 anos recebe e atende seus clientes. Mais do que isso, o ponto comercial administrado por Rogério Beckenkamp, o Schera, é um ponto de encontro para brindar a amizade.

Costelão, porco no rolete, ovelha assada, o cardápio é variado, mas o mais importante é a parceria desenvolvida em anos. “Como sexta-feira já é véspera de final de semana, nossos clientes, que se tornaram amigos ao longo dos anos, começaram a falar que a gente deveria fazer uma noite do churrasco para jogar conversar fora, tomar uma cervejinha e curtir umas músicas. Já tinha virado tradicional, mas de um tempo pra cá tudo mudou.” E como. Nesta sexta-feira, 24, data em que se comemora o Dia do Churrasco, não haverá o encontro dos amigos.

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Schera assa carne em casa enquanto a noite do churrasco entre amigos não retorna

As medidas de distanciamento social impostas pelos decretos municipal e estadual inviabilizaram qualquer tipo de aglomeração, de maneira que o importante agora é se cuidar e esperar o tempo passar. “O pessoal me cobra muito para voltar, mas infelizmente não temos como. Não depende de mim, depende das normas estabelecidas nos decretos”, ressaltou Schera. Se os amigos não podem se reunir, o jeito é fazer em casa. “Eu gosto de assar uma carne. É uma tradição. Não deixo passar o domingo sem fazer uma carne em casa para a família, redobrando os cuidados para evitar qualquer contaminação.” Parte das cerca de 50 pessoas que se reuniam todas as sextas-feiras no estabelecimento para comer um bom churrasco, conversar e se divertir são amigos da época que Schera jogava futebol.

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Lembrando os tempos de boleiro
Cria do Arroio Grande, o ex-lateral esquerdo começou a jogar no Flamengo, equipe do bairro. Na sequência, atuou por Santa Cruz e Avenida. Passou em teste no Internacional, mas acabou voltando para Santa Cruz do Sul e foi se dedicar ao comércio. Se o tempo de jogar futebol passou, a churrascada semanal serve para lembrar os feitos na época de boleiro. “Tenho muitos amigos dessa época do futebol, por isso esses nossos encontros também servem para lembrarmos bons momentos do passado. Vamos seguir torcendo para essa pandemia terminar e que possamos comemorar o Dia do Churrasco como se deve.”

Entre os papos sobre futebol, boa música

Churrasqueiro há mais de 40 anos
Hoje com 55 anos, Rogério Grunewaldt aprecia e sobrevive do churrasco. Trabalhando com a organização de bufê para eventos, desfruta de uma experiência de mais de 40 anos em torno da churrasqueira. “Comecei com 13 anos na antiga churrascaria Cabana da Fenaf, onde hoje funciona o Centro Cultural 25 de Julho. Esse meu tempo de trabalho é algo que me satisfaz muito”, comentou Grunewaldt. O tempo de calamidade em virtude do novo coronavírus, no entanto, impossibilitou as ações. “Dependemos de eventos. Agora não tem serviço”, salientou. Para ele, as medidas que vêm sendo tomadas podem ajudar a acelerar o processo de retorno das atividades. “Vamos seguindo e torcendo para isso passar.”

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Experiência adquirida desde os 13 anos

As parcerias de chimarrão terão de esperar
A exemplo do churrasco, este 24 de abril também marca o Dia do Chimarrão. As tradicionais rodas para apreciar a bebida símbolo do Rio Grande do Sul, no entanto, também precisaram ser adaptadas durante a pandemia do novo coronavírus – as autoridades aconselham a não compartilhar bomba e cuia. “Eu costumava tomar muito chimarrão, agora dei uma parada. Minhas parcerias de cuia nas escolas municipais que leciono terão de esperar”, comentou a presidente da Associação Tradicionalista Santa-cruzense (ATS), Rosângela Freitas Jochims.

A entidade, que representa 11 CTGs de Santa Cruz do Sul, promove todos os anos, no Dia do Churrasco e Chimarrão, uma sequência de ações na Praça Getúlio Vargas para cultuar o tradicionalismo, com distribuição de erva-mate e água quente, além de lascas de churrasco para o público. Contudo, neste ano, o evento foi cancelado. “Não tinha como fazermos. Demanda tempo a organização e gera uma multidão, por isso cancelamos”, comentou a presidente da ATS, que mora em Rincão dos Oliveiras, nas proximidades de São José da Reserva, interior do município.

“Nas poucas vezes que tomo em casa ultimamente, opto por fazê-lo no pátio, embaixo de uma árvore, não em locais fechados”, ressaltou Rosângela. Para aqueles que sentem falta de manter a conexão com outros apreciadores de chimarrão, o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) do Rio Grande do Sul realiza nesta sexta-feira a ação #vempromate. O evento é online e tem por objetivo comemorar o Dia do Churrasco e do Chimarrão. Para participar, basta publicar na rede social de sua preferência uma foto mateando, com a hashtag #vempromate. A proposta do MTG é fazer uma grande roda de mate virtual, celebrando a hospitalidade do povo gaúcho.

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Rosângela adaptou o hábito do mate

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