A bebida típica do gaúcho reúne rodas de amigos, acompanha a conversa da família no fim de tarde ou apenas faz companhia a alguém solitário na varanda. O chimarrão não perde espaço no Rio Grande do Sul nem nos dias mais quentes do verão. Nesta sexta-feira, 24, é comemorado o Dia do Chimarrão. Neste ano o setor vive grandes expectativas para o futuro quando a previsão é de aumento na produção da erva-mate para 2016 e 2017, resultado do incremento do preço pago ao produtor em 2013. O movimento fez com que os agricultores mantivessem os ervais limpos com os traços devidos aumentando a produção.
Em entrevista para a Rádio Gazeta, o presidente do Sindimate, Gilberto Heck, contou que a expectativa é que o crescimento chegue a 30% na oferta de matéria-prima. Foi este aumento no plantio e consequentemente na oferta que fez com que os preços da erva-mate para o consumidor diminuíssem. Os valores chegaram a R$ 15,00 e hoje variam entre R$ 8,00 e R$ 14,00. Segundo Heck, a cultura da erva-mate é atrativa para o pequeno agricultor, demanda pouca mão de obra e não exige plantio anual. O patamar de preço exercido atualmente mantém a cadeia produtiva vigorosa e o Sindimate espera que seja mantido.
O presidente explicou que o maior desafio agora é encontrar alternativas de mercado para a erva-mate, que não seja somente o chimarrão. Algumas possibilidades são o chá e o refrigerante. “Acredito muito que o chá e o refrigerante à base de erva-mate podem ser a grande solução para o setor ervateiro”, afirma Heck. O chá demanda grande quantidade de matéria-prima, ao contrário dos cosméticos, por exemplo. Além de ser um produto mundialmente consumido, o que não ocorre com o chimarrão.
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Hoje o Brasil e a Argentina já exportam a erva-mate para a Alemanha que produz chá e refrigerante distribuindo em grande parte da Europa. No Brasil o mercado conta apenas com duas indústrias no Paraná trabalhando com os produtos. Em outros setores há pesquisas para o uso da erva. Segundo o presidente, “a erva-mate é uma planta extremamente rica que está despertando a curiosidade de vários seguimentos.”
O setor ervateiro gera atualmente uma receita bastante expressiva para o Rio Grande do Sul, com pelo menos 100 mil famílias sobrevivendo apenas do cultivo da erva-mate. O Estado é o maior consumidor com uma demanda que chega a 50 milhões de quilos. Segundo Heck, por ano o consumo chega a nove quilos por habitante gaúcho. Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul vêm logo atrás.
Mesmo com o aumento do preço da erva-mate o gaúcho não diminuiu o consumo de chimarrão, apenas buscou alternativas como diminuir o tamanho da cuia e não fazer um morro tão pomposo para o mate.
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