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Dia do Aposentado

Na última terça-feira, 24, foi comemorado o Dia Nacional do Aposentado. Instituída em 1981 para homenagear os profissionais que dedicaram parte da vida ao trabalho, a data foi escolhida para lembrar a promulgação da Lei Eloy Chaves, em 24 de janeiro de 1923, considerada a primeira lei brasileira destinada à Previdência Social no Brasil e que completa, neste ano, o centésimo aniversário de existência. Um século depois, a evolução da previdência social no Brasil chegou ao atual INSS, um dos maiores sistemas previdenciários do mundo.

Em meio a tantas datas comemorativas, previstas no calendário anual – algumas mais importantes, outras mais badaladas e a maioria apenas para constar -, o Dia do Aposentado passou praticamente batido. Até num grupo de WhatsApp que reúne aposentados de uma grande empresa, alguém apenas perguntou “se seria feriado”. 

A data poderia ser lembrada, pelo menos, de gratidão por estarem usufruindo de um descanso remunerado, após muitos anos de trabalho e contribuição, mas que, nos moldes atuais, será cada vez mais difícil de ser mantido para os futuros aposentados porque tem cada vez menos gente contribuindo e mais gente recebendo os benefícios.

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Estudo sobre aposentadoria, realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) constatou que oito em cada 10 brasileiros não tem preparação para a aposentadoria, sendo que a maioria teme não ter dinheiro na velhice.

Aliás, um arrependimento bastante comum entre os aposentados foi não terem economizado mais enquanto estavam na ativa. Muitos deles dependem dos familiares para sobreviverem, tiveram que diminuir o padrão de vida com os custos da velhice e permaneceram trabalhando, às vezes de forma precária, para conseguir pagar as contas.

Ao se aposentarem, muitas pessoas, simplesmente, não conseguem desvencilhar-se de máscaras que eram obrigadas a usar nas empresas ou instituições, o que as caracterizava profissionalmente, em detrimento da autêntica identidade pessoal. Tendo exercido funções de comando, por exemplo, parece que trouxeram junto os carimbos ou estrelas, não perdendo oportunidade, em qualquer ambiente ou evento, de manifestar a antiga autoridade. Outras, não conseguem deixar de usar, diariamente, o uniforme da empresa ou, então, em casos mais extremos, de comparecer, diariamente, ao local de trabalho do qual foram desligadas, como se ainda estivessem na ativa.

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A aposentadoria não representa o fim. É apenas uma etapa do ciclo da vida e pode ser aproveitada de diversas maneiras. O Instituto de Longevidade sugere quatro passos simples pra continuar ativo depois de se aposentar:

  1. Buscar conhecimento: descobrir e se aventurar em coisas novas, inclusive algum hobby;
  2. Manter contato com pessoas de diferentes idades;
  3. Preservar a saúde: a longevidade depende de hábitos e comportamentos saudáveis que devem ser seguidos ao longo da vida e que devem ser mantidos na aposentadoria;
  4. Cuidar da longevidade financeira: uma forma de autocuidado porque descuidar das finanças é
    • fazer mal uso do tempo, que é irrecuperável;
    • diminuir a capacidade de exercer o autocuidado. Por isso, o Instituto de Longevidade recomenda:
      • procurar informar-se sobre o tema finanças pessoais;
      • envolver os familiares mais próximos ou as pessoas com quem divide o cotidiano;
      • refletir sobre o papel que o dinheiro tem na vida e ver que muitas coisas relevantes dependem, ao menos em parte, da renda;
      • se for o caso, buscar ajuda profissional.

Durante esses anos todos, muita coisa mudou nas regras de aposentadoria. Leis, emendas constitucionais e reformas trouxeram avanços, mas, também, retrocessos na vida de aposentados e de quem está se preparando para usufruir do merecido descanso remunerado. É cada vez mais evidente a necessidade de as pessoas se organizarem financeiramente para a chegada dessa fase da vida.

A maioria das pessoas já leu ou ao menos já ouviu falar sobre a importância de começar a poupar e investir, de modo a garantir uma aposentadoria mais segura, financeiramente, o que especialistas chamam de longevidade financeira. 

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Mas, quando se é jovem ou em início de uma atividade profissional, a aposentadoria não é lembrada nem faz parte das prioridades. Os anos passam e quando a pessoa percebe já está contando o tempo que falta para aposentar-se. Aí, pode ser tarde ou, no mínimo, mais difícil conseguir fazer um “pé de meia” para esta nova etapa da vida. Assim, o especialista em educação financeira, Antônio de Júlio, listou cinco motivos pelos quais a melhor hora de investir na aposentadoria é agora:

  1. Tempo: quanto mais a pessoa dispor, mais fácil será juntar uma boa grana;
  2. Disciplina: o hábito de poupar ajuda a pessoa a policiar-se financeiramente;
  3. Estilo de vida: planejar o que quer fazer quando se aposentar – onde morar, viajar, exercer alguma atividade profissional ou de voluntariado, etc.;
  4. Demografia: com o aumento da expectativa de vida dos brasileiros, no futuro a tendência é de que existam mais pessoas idosas que dependam da previdência oficial; quer dizer, o que está ruim pode ficar pior;
  5. Facilidade de acesso: iniciar com um plano de previdência privada.

No início de um novo ano, ainda dá tempo de fazer mais uma promessa: começar a garantir a saúde, não só física e mental, como também a financeira para os anos que virão em seguida, seja lá com que idade for. É urgente a adoção da educação financeira que deve incluir um planejamento para uma aposentadoria mais tranquila no futuro.

Podem-se juntar todos os conhecimentos e experiências, acumulados durante o tempo de trabalho e da própria vida, e usar o tempo disponível para ocupar-se com atividades significativas e que tragam prazer. Às vezes, até dinheiro. Aposentadoria pode significar, pois, um tempo de muitas possibilidades. Ou nenhuma. Tudo irá depender de como a pessoa vai lidar com essa nova fase da vida.  

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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