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Dia de homenagear pessoas que salvam vidas

Laurinês Possebon queria ser publicitária, mas não passou no  concorrido vestibular. Na época – meados dos anos 1990 – resolveu adotar outra estratégia: fazer a prova de inverno para o curso de Enfermagem, já planejando migrar, depois de um semestre, para a Comunicação Social. Aprovada, foi ficando na Enfermagem. Nesta sexta-feira, Dia do Enfermeiro, depois de duas décadas na profissão, não tem dúvidas de que o destino a conduziu para um lugar especial.

Convivendo diariamente com a dor alheia e a lembrança constante da natureza humana, frágil e orgânica, precisou aprender a se fortalecer, a deixar as próprias angústias de lado e enxergar o outro com empatia. Natural de Santa Maria, começou no Hospital Santa Cruz na ala neonatal, onde permaneceu de 1998 até 2010. Atualmente, trabalha no Pronto-Atendimento e atende cerca de 80 pacientes por tarde. 

Entre as muitas histórias que testemunhou, recorda com carinho da primeira criança prematura que tratou na instituição. “Nascida de seis meses, ela pesava 600 gramas e saiu de lá com mais ou menos um quilo e meio. Um ano depois, a mãe nos enviou uma carta contando que a ligação com o hospital havia sido tão forte que o bebê continuava seguindo nossa rotina, como dormir no escuro depois do almoço e ouvir música na tarde. Toda a equipe havia se apegado, foi muito emocionante.”

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Já no PA, o olhar experiente permitiu salvar a vida de um paciente que não sabia descrever o que sentia. “Era um homem com cerca de 40 anos. Achei que fosse só mais um caso de ansiedade, mas algo me fez reconsiderar. Poucos minutos depois ele foi para a mesa de cirurgia, estava tendo um infarto. Se eu tivesse segurado ele um pouco mais, teria falecido”, lembra. 

Uma das habilidades necessárias para quem opta pela profissão, acredita Laurinês, é o olhar humanizado. “Existem pessoas que são muito boas na faculdade, têm boas notas, se esforçam muito porque querem ser enfermeiras, mas lhes falta o feeling. Números não são tão importantes quanto olhar com sensibilidade, pegar na mão, ouvir as histórias das pessoas”, frisou.

Emoções

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Laurinês afirma que o mais difícil é aprender a controlar as emoções, tanto as da vida pessoal quanto aquelas que surgem no trabalho. “A gente é mãe, é família, tem amigos, problemas e dúvidas, mas nada disso pode ser trazido para o trabalho. Então, quando eu entro no hospital e coloco meu jaleco, eu sou apenas enfermeira.”
Dentro da instituição, no entanto, também são intensos os sentimentos. “A gente se pergunta por que algumas pessoas passam por certas coisas, por que sofrem tanto antes de partir, por que morrem. São questões que precisamos trabalhar diariamente dentro de nós, mas que nos fazem crescer.”

Faltam enfermeiros e carreira é promissora

Profissionais de Enfermagem são capacitados para atuar na prevenção, assistência e reabilitação de pacientes e suas famílias. Segundo a coordenadora do curso na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Amélia Natalia Marques Cerentini, além de trabalhar em atividades assistenciais, os enfermeiros podem aplicar seus conhecimentos na docência, pesquisa e gestão. A professora explica que as funções de enfermeiro e técnico de enfermagem se distinguem por níveis de complexidade. “O enfermeiro é o gestor de todo o processo de cuidar, sendo o responsável direto pela equipe técnica em enfermagem”, explica. 


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De acordo com Amélia, o mercado de trabalho é bastante promissor, tendo em vista que o Brasil não chegou na meta da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Ainda não temos número suficiente em todas as repartições de saúde”, comenta. Entre os desafios da categoria, a coordenadora do curso destaca que o profissional precisa estar preparado para atuar diante da diversidade e complexidade de cenários.

Programação especial

No Hospital Santa Cruz, os dias do Enfermeiro e do Técnico em Enfermagem (20 de maio) vão ser comemorados com uma programação que vai do dia 12 ao dia 19, período em que os profissionais serão homenageados pelas coordenações e participarão de atividades especiais. As parabenizações estão programadas para hoje.

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Já na segunda-feira, ocorre um encontro na sede da Xalingo, onde serão aplicadas dinâmicas de integração. Na quarta e quinta-feira haverá sessões de cinema no auditório do curso de Medicina, localizado na Unidade Acadêmica do Hospital, onde será exibida a animação Divertidamente. Na Unisc, a comemoração pela passagem do Dia do Enfermeiro ocorrerá entre os dias 23 e 25 de maio, durante a Semana Acadêmica dos Cursos da Saúde. O tema dessa edição será Práticas Integrativas e Complementares no contexto da Formação. 

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