O Parque da Expoagro, em Rio Pardo, recebeu ontem 230 produtores que participaram do 2º Dia de Campo sobre Alternativas de Diversificação para a Agricultura Familiar, promovido pela Embrapa, Emater/RS-Ascar e Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra).
Realizado das 9h30 às 15 horas, o evento abordou, em seis estações temáticas realizadas simultaneamente, a produção de morangos fora de solo; cultivares de batata-doce e formas de multiplicação de mudas; manejo da cultura do amendoim; manejo da luz para poedeiras coloniais; alimentação alternativa para aves coloniais e planejamento forrageiro para bovinocultura de leite e de corte.
A atividade desta quarta-feira, teve como objetivos apresentar alternativas de diversificação para as propriedades envolvidas na produção do tabaco no Vale do Rio Pardo, estimular a segurança e soberania alimentar das famílias e mostrar opções para fontes de renda.
Publicidade
Os agricultores foram divididos em grupos, e a participação foi organizada de forma que todos passassem pelas seis estações. Dos temas trabalhados, três foram diferentes dos abordados no primeiro dia de campo sobre o assunto, realizado no ano passado, e três – cultivares de batata-doce, manejo da luz para poedeiras coloniais e alimentação alternativa para aves coloniais – foram repetidos porque tiveram bastante demanda dos agricultores.
O fato de vários produtores poderem escolher as mesmas atividades para colocar em prática não preocupa, segundo Marines Bock, supervisora da Emater Regional de Soledade. Isso porque a ideia, com a diversificação, não é apenas ampliar a renda dos agricultores familiares, mas também lhes possibilitar ter bons alimentos na propriedade.
Publicidade
Segundo Marines, o número de produtores da região fazendo diversificação de culturas aumenta a cada ano. “A avicultura colonial, por exemplo, está crescendo e tem vários municípios com estabelecimentos legalizados para venda de ovos, como Passo do Sobrado, Venâncio Aires, Vale do Sol e Rio Pardo”, observa.
A batata-doce tem despertado interesse pelo seu potencial produtivo, que pode chegar a 30 toneladas por hectare, e preço, pois o quilo é vendido a R$ 4,00 na feira. O cultivo de morangos fora de solo, em sistema de bancadas, também tem crescido, por exigir menos esforço físico dos produtores e proporcionar renda alta, conforme a supervisora.
O pesquisador Luiz Eduardo Antunes, da Embrapa, ressaltou a importância da diversificação para que o agricultor sempre tenha produtos a oferecer ao mercado. “Esse contato com o mercado é importante porque dá ao produtor a segurança de renda. Por isso, precisamos de momentos como esse (dia de campo)”, ressaltou Antunes.
Publicidade
Produtores rurais buscam ampliar a renda
Em todas as estações temáticas, os participantes do evento acompanhavam atentamente as explicações dos técnicos. Cristiano Soares, 37 anos, produtor de leite de Rio Pardo, estava entre eles. Conta que foi ao dia de campo em busca de conhecimento para diversificar a produção em sua propriedade, a fim de ter outras atividades visando à comercialização. Soares queria saber mais especificamente sobre a produção de morangos fora de solo e avicultura colonial.
Publicidade
Conforme Soares, o principal atrativo na produção de morangos em bancadas é a rentabilidade. “É um sistema que diminui a mão de obra e o uso de agrotóxicos, e a produtividade é igual ou superior a outra forma de cultivo”, ressalta. Na avicultura colonial, o atrativo destacado por ele é a produção de ovos com mais qualidade.
Valéria Mesquita, 18 anos, de Amaral Ferrador, participou do dia de campo junto com o pai, o fumicultor Orlando da Silva Mesquita, e a mãe Vardeli. A jovem conta que foi ao evento com a intenção de aprender sobre atividades que pode desenvolver na propriedade da família. E estava gostando dos conhecimentos adquiridos. Mesquita estava procurando conhecer melhor as opções em geral para diversificação. Hoje, a principal fonte de renda familiar é o fumo e, conforme ele, o preço este ano não foi bom.
Publicidade