Neste ano, como já aconteceu com o Dia do Trabalhador, o Dia das Mães vai ser diferente. Devido à situação atípica e complicada que estamos vivendo com a pandemia do coronavírus, vai ser mais difícil ou até não recomendada a comemoração em família do dia especial. Mas, sempre há maneiras de driblar os empecilhos, neste tempo de quarentena, sem comprometer o isolamento social.

Tudo começou, nos Estados Unidos, quando a jovem Anna Jarvis decidiu homenagear sua mãe, Ann Marie Reeves Jarvis. Em 1905, na Igreja Metodista de Grafton, na Virgínia Ocidental, Anna começou uma campanha com as amigas para mostrar a importância da figura materna às crianças e adolescentes dentro da igreja que frequentava. Depois de ter convencido vários pastores e ter chamado a atenção de governadores para a data, em 1914, o presidente dos Estados Unidos na época, Woodrow Wilson, oficializou a comemoração do Dia das Mães no segundo domingo de maio.

No Brasil, a comemoração começou em 1918, por iniciativa da Associação Cristã de Moços de Porto Alegre. Mas a data só começou a ser celebrada como nos Estados Unidos por um decreto de 1932, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas, instituindo oficialmente o Dia das Mães, fixado para o segundo domingo de maio de cada ano.

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Apesar de ser uma data bonita que cresce a cada ano – com exceção deste ano em que ficará fora da curva por causa da pandemia – e muitos avanços na inclusão das mulheres no mercado de trabalho, na contramão já há quem acha que mãe não tem um papel tão especial, até porque a “mãe” pode ser um… “pai”.

O fato é que, conforme pesquisa inédita da VAGAS.com, pioneira no desenvolvimento de software de recrutamento e seleção, 52% das mães afirmaram ter passado por alguma situação desagradável no emprego, quando estavam grávidas ou voltaram do período do afastamento. Eram comentários desagradáveis e falta de empatia até por parte de chefes. Para piorar a situação, muitas mães profissionais, após o período de licença-maternidade, ainda enfrentam outras dificuldade, como serem substituídas num cargo de gerência ou perderem oportunidades de mudar de emprego, de uma promoção, quando não eram simplesmente despedidas.

Muitas mulheres já passaram por cima desses constrangimentos, conseguindo conciliar o lado profissional com a maternidade. Para isso, contam com uma rede de apoio, formada por companheiros, familiares, babás e escolas. Neste momento, entretanto, obrigadas a ficar em casa, em quarentena com seus filhos em idade escolar, muitas mães têm dificuldades naturais para realizar suas tarefas profissionais com a atenção requerida pelos pequenos. Jaqueline Jianoti, responsável pelo departamento jurídico da Contabilizei – maior escritório de contabilidade do Brasil – disse que aprendeu a organizar a sua rotina de home office junto com os filhos, que passaram a ter regras mais claras sobre o dia a dia deles e da própria mãe. O fato de estar em casa, trabalhando em home office, não quer dizer que possa atender a qualquer chamado das crianças.

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Talvez tendo ciência dessas dificuldades e sabendo ser difícil conciliar as funções de mãe e profissional, pesquisa realizada pela Catho constatou que 30% das mulheres deixam o mercado de trabalho para cuidar dos filhos. Dentre vários motivos, as mulheres alegaram ter que faltar ao trabalho, chegar mais tarde ou sair mais cedo para atender alguma necessidade específica, relacionada ao filho, o que pode criar cobranças da equipe ou direção da empresa.

Foto: Divulgação

Independente dessas questões relacionadas às mães profissionais, o Dia das Mães costuma ser a segunda melhor data do ano para o comércio varejista, ficando atrás apenas do Natal. Neste ano, entretanto, devido à pandemia, a previsão de vendas é de apenas 60% do valor do ano passado. Mesmo assim, pesquisa apontou que 85% dos consumidores pretendem presentear suas mães neste dia especial. Afinal, um presente, ainda mais se for do desejo ou do agrado da mãe, é uma maneira de reconhecer e retribuir todo o carinho e dedicação que ela tem dado, de forma incondicional, ao longo da vida.

Outra constatação é que a pandemia já mudou os hábitos de muitas pessoas, desde exercitar-se em casa até cozinhar mais. Quando se fala de consumo, aumentou muito a forma de comprar, passando de física para a internet. Conforme pesquisa da Behup/Globo 2020, 82% dos consumidores pretendem comprar presentes de forma online, o que requer mais atenção aos riscos de golpes aplicados por cibercriminosos que aparecem, principalmente nessas oportunidades, oferecendo produtos com preços tentadores, às vezes até de marcas conhecidas, mas que são falsas, o que, além de prejuízos financeiros, gera uma frustração enorme. Nas compras pela internet, então, é preciso ter cuidado com promoções inacreditáveis. Sempre é bom ter alguns cuidados como checar os sites, procurando identificar os oficiais e originais, além de ofertas falsas.

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Para sair dos tradicionais presentes, existem algumas sugestões inovadoras que podem ajudar as mães a se desenvolverem como pessoas atualizadas:
1) um presente financeiro, através de um livro de educação financeira, um workshop sobre o assunto;
2) nutricionistas on line;
3) curso de liderança feminina;
4) passeios por vitrines virtuais: a Olist Shops criou uma praça online onde as pessoas, sem sair de casa, encontram diversas opções de produtos.

Como estamos em quarentena, muitas pessoas vão recorrer, neste ano, à tecnologia para reunir a família no Dia das Mães. O Instituto de Longevidade listou cinco ferramentas gratuitas para encontros que podem reunir em uma mesma tela de 3 a 50 pessoas, através de:
1) Hangouts – app de bate-papo do Google – até 10 pessoas;
2) Instagram;
3) WhatsApp – até 4 pessoas;
4) Skype – até 50 pessoas;
5) Zoom – videochamadas com até 25 pessoas por 40 minutos, na versão gratuita.

É nessas datas especiais – pior, ainda, se for na última semana ou, até, nas últimas horas – que o risco de comprometer o orçamento pessoal ou familiar é grande. O grande perigo é querer demonstrar amor por meio de bens materiais. Uma homenagem, por mais justa e merecida, não pode levar os consumidores ao descontrole financeiro, com sérias consequências pessoais ou familiares. Nenhuma mãe vai ficar feliz se souber que o presente comprometeu vários meses da renda da própria família com o pagamento de prestações. Definitivamente, o Dia das Mães não pode ser sinônimo de dívidas.

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