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200 anos

Dia da Independência: quando raiou o sol da liberdade em raios fúlgidos

Independência ou morte! A frase, pronunciada por Dom Pedro às margens do Ipiranga, nas cercanias de São Paulo, ao final da tarde do dia 7 de setembro de 1822, firmou-se para sempre no imaginário de cada brasileiro, repetida, geração a geração, como o brado da emancipação do Brasil, deixando a condição de colônia de Portugal. Ainda que a autonomia tenha sido alcançada sem a necessidade de uma guerra fratricida entre brasileiros e portugueses, sendo que entre os primeiros estavam muitos descendentes diretos dos segundos, é claro que não foi sem luta e persistência que a liberdade administrativa foi efetivada.

Desde o momento em que a corte portuguesa de D. João VI e Carlota Joaquina havia se transferido para o Rio de Janeiro, em 1808, abandonando à própria sorte a metrópole, Lisboa, o Brasil já vivera uma nova realidade na relação com o mundo. A abertura dos portos às nações amigas permitira que navios de diferentes origens finalmente fossem acolhidos. E com eles, os primeiros contatos reais e efetivos com povos além dos ingleses, aliados de primeira hora de Portugal.

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O resultado é que uma efervescência cultural tomara conta do Rio e de outros centros importantes do Brasil, como Salvador, Recife, Ouro Preto e outras localidades de Minas Gerais, bem como São Paulo. Assim, quando houve a decisão de D. João VI retornar a Portugal, e, com ela, a pressão das Cortes portuguesas para que o Brasil fosse colocado de volta na, agora humilhante, condição de mera colônia, a insatisfação se espalhou junto ao povo de diferentes estados.

Se Dom João VI voltara à Europa, por aqui permaneceram o filho Dom Pedro e a esposa dele, princesa Leopoldina, filha de Francisco I, da Áustria, e descendente dos Habsburgo, uma das mais tradicionais monarquias da história, cujo reinado já se estendia por mais de sete séculos. Leopoldina chegara ao Rio em 1817 para consumar o casamento com D. Pedro, um Bragança, unindo as duas casas dinásticas. Culta, eloquente e ciente do papel de liderança perante um povo e uma nação que aprendeu a amar e respeitar, ela passou a defender junto ao marido uma atitude menos passiva em relação a Portugal. E mais autônoma na tomada de decisões sobre a economia e as relações diplomáticas com outros povos.

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Para Leopoldina, o Brasil estava pronto e habilitado a seguir com liberdade econômica e social. Enquanto os debates e os embates entre os defensores da continuidade na condição de colônia portuguesa e os que propunham a autonomia se intensificavam, protestos e revoltas ocorriam em centros como Salvador, Recife, Minas Gerais e São Paulo. O risco de a nação se fragmentar em vários estados independentes, como ocorrera na América Espanhola, era grande. Dom Pedro tomou a si a missão de visitar as unidades federativas a fim de apaziguar ânimos.

E foi assim que, em setembro de 1822, decidiu viajar a cavalo, com uma comitiva, a São Paulo. No Rio, deixara a esposa, Leopoldina, encarregada de dar andamento e atenção às pautas de governo. No início de setembro, em reuniões na Corte, as notícias vindas de Lisboa não eram nada animadoras, com as Cortes aumentando a pressão sobre a colônia. Leopoldina redigiu uma carta ao marido, na qual praticamente determinou que, antes mesmo de retornar ao Rio, onde quer que esse documento chegasse às mãos dele, no caminho mesmo emitisse o grito de independência.

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Ele leu a carta da esposa, e ainda de outros conselheiros (entre eles José Bonifácio), às margens do Arroio Ipiranga, e ali mesmo, reza a lenda, desembainhou a espada, ergueu-a e deu o brado da autonomia. Desse gesto ou dessa atitude, algo impulsiva, e cujo preço a pagar nos meses e anos seguintes não foi exatamente barato, decorre a Independência do Brasil, que hoje completa 200 anos.

O casal que deu a independência ao Brasil e o pintou de verde e de amarelo

O casal Dom Pedro de Bragança e Leopoldina de Habsburgo significou mais do que a Independência do Brasil, ainda que ambos tenham tido atuação decisiva e direta para que tal acontecimento se concretizasse. Com as próprias formações e personalidades, em alguns casos contraditórias mas sempre complementares, deram formato a um novo estado.

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Leopoldina trouxe consigo a cor amarela da casa de Habsburgo, e foi esta que se fixou em boa parte da bandeira da nova nação, o Brasil. Logo, a cor amarela ali não teve o propósito de simbolizar o ouro, como oportunamente se considerou depois, mas sim de firmar a marca da casa de origem da princesa na nova flâmula. A ela juntou-se o verde da casa de Bragança, os reis de Portugal, que, desse modo, na origem, também não simbolizava as florestas brasileiras.

São as cores verde e amarelo, dos Bragança e dos Habsburgo, que, portanto, estão eternizadas na bandeira do Brasil. Enquanto a princesa (depois imperatriz) era culta, tendo sido educada para uma vida na nobreza e na cultura, Pedro era mais… bruto, além de, como a história bem o assinalou, mulherengo. A amante Domitila de Castro constituiu um entrave à harmonia do lar; logo após a Independência, ela chegou a ganhar tanta (ou até mais) influência política do que Leopoldina.

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Mas esta tinha a afeição do povo, e nos dias de convalescença, ao final de 1826, enquanto Dom Pedro percorria Santa Catarina e o Rio Grande do Sul a cavalo, alimentou uma verdadeira idolatria. Não por acaso, com a morte da imperatriz, em 11 de dezembro de 1826, começa a derrocada do imperador. Esta culmina na abdicação, em 1831, em favor do filho, ainda menino, e que viria se tornar Dom Pedro II.

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