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Dia da Imunização reforça a importância de manter atualizado o calendário vacinal

Foto: Alencar da Rosa/Banco de Imagens

Nesta quinta-feira, 9 de junho, é celebrado o Dia Nacional da Imunização. A data, criada em 2020, tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância das vacinas não apenas para cada indivíduo, mas também para a saúde coletiva.

Nos últimos cinco anos, a cobertura vacinal vem caindo de forma expressiva no Brasil. Com isso, doenças antes controladas, como sarampo, poliomielite (paralisia infantil), difteria e rubéola, estão retornando. O fato preocupa as autoridades de saúde, que trabalham para reverter o quadro.

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A responsável pelo setor de imunizações da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (13ª CRS), Marlene Webber Andriolo, reforça a importância das vacinas. “São uma forma simples, segura e eficaz de proteger contra doenças imunopreveníveis. Ao nos vacinarmos, além da proteção contra agentes infecciosos, de forma indireta estamos protegendo a comunidade”, ressalta. Segundo ela, quanto maior a proporção de indivíduos imunizados, menor é a circulação do agente causador da doença. Dessa forma, as pessoas não vacinadas também são beneficiadas.

“Ao nos vacinarmos, além da proteção contra agentes infecciosos, de forma indireta estamos protegendo a comunidade”

Marlene Webber Andriolo, responsável pelo setor de imunizações da 13ª CRS

Marlene destaca que a queda nas taxas de cobertura é percebida nos municípios de abrangência da 13ª CRS e ocorre com todos os imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação para as crianças, bem como nas campanhas contra a Influenza, Covid-19 e sarampo. “Essa situação é motivo de grande preocupação, pois se trata de doenças já erradicadas. Se não houver reversão, poderemos ter um aumento de doenças imunopreveníveis”, alerta. Uma das causas que explicam esse contexto, segundo ela, é a propagação de notícias falsas (fake news) e o aumento do negacionismo à ciência e dos movimentos antivacinas no Brasil.

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“Com isso, muitas pessoas deixam de se imunizar e de imunizar os seus filhos. Devido à baixa cobertura da vacina tríplice viral, tivemos a reintrodução do sarampo no País, com surtos inclusive no Rio Grande do Sul”, observa. Marlene cita o mesmo exemplo com a Covid-19 e explica que, se a população tivesse sido vacinada em um curto período de tempo, a circulação do coronavírus teria sido mais lenta. Com isso, a possibilidade de surgirem novas variantes do vírus seria menor.

Outro fator, segundo a coordenadora, é a falsa sensação de segurança que a população adquiriu devido à redução no número de casos e óbitos da Covid-19 e também da gripe. Para tentar mudar o quadro e melhorar as coberturas, os municípios realizam busca ativa dos faltosos e tentam sensibilizar e conscientizar as pessoas quanto à importância da imunização.

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Diversas ações são realizadas, como ampliação de horários nas unidades de saúde para facilitar o acesso, campanhas, disponibilização de doses em eventos e unidades móveis e divulgação nas mídias sociais.

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Rede privada registra aumento na procura

Se na rede pública os índices estão em queda, na rede privada ocorre o oposto. De acordo com a enfermeira Fernanda Bastos, da Clínica Imuniza, a pandemia serviu para alertar a população sobre a importância da vacinação e levou a um aumento na procura pelos imunizantes, sobretudo para o público infantil. “Nós fazemos o acompanhamento e percebemos que nossos pacientes estão com o calendário atualizado. Não sentimos nenhum reflexo dessa redução”, enfatiza.

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Ao comentar sobre as vacinas mais procuradas, Fernanda cita as que protegem contra as meningites dos tipos A, C, W e Y e do tipo B, ao passo que a da rede pública oferece somente a proteção contra o tipo C. Outra demanda significativa é pelo imunizante hexavalente (difteria, tétano, coqueluche, meningite por Haemophilus tipo B, hepatite B e poliomielite), aplicado em apenas uma dose aos 2, 4 e 6 meses de idade.

Na rede pública, essa cobertura ocorre mediante uma dose da pentavalente em conjunto com uma dose contra poliomielite. Destaque ainda para a pneumocócica tipo 13, que previne otite, amigdalite e sinusite, além da proteção pulmonar oferecida pela pneumocócica tipo 10, compondo o calendário gratuito.

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A enfermeira chama também a atenção do público adulto. “Depois de uma certa idade, as pessoas acreditam que as vacinas são direcionadas somente para as crianças”, observa. Além de buscar imunizantes não disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), os adultos precisam estar atentos às doses de reforço. “Com a Covid-19 pudemos ver como as vacinas funcionam para controlar uma doença, então procuramos mostrar isso também aos pais das crianças que vão até a clínica.”

Outro exemplo de imunizante não disponível na rede pública, mas que pode ser adquirido na rede privada, é a vacina contra a dengue. Fernanda Bastos explica que ela só pode ser aplicada em pessoas com mais de 9 anos de idade e que já tiveram a doença. A administração é feita em um esquema de três doses, com intervalo de seis meses entre a primeira e a segunda e de 12 meses entre a segunda e a terceira.

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Orientações

Muitos adultos não sabem qual é sua situação vacinal e nem mesmo possuem alguma carteira de vacinação. Nesses casos, conforme a secretária municipal de Saúde, Daniela Dumke, a orientação é procurar a unidade de saúde de referência munido de um documento de identificação com o CPF. Os profissionais, então, darão início ao processo de confecção de uma segunda via. O prazo para conclusão e entrega pode variar, tendo em vista que é necessário realizar a consulta em diferentes sistemas de informação. Pessoas que se imunizaram em outros municípios devem se dirigir a eles para solicitar o procedimento.

Daniela é mais uma a demonstrar preocupação com a queda nas taxas de cobertura vacinal da população santa-cruzense. Ela destaca as ações realizadas pelo Município para melhorar essa situação e revela que houve incremento na busca pela imunização contra a gripe em relação ao ano passado, mas ainda abaixo da meta. A vacinação contra a Covid-19, segundo ela, apresentou “excelente adesão” para o esquema básico (primeira e segunda dose), mas houve redução do interesse pelos reforços. A dose pediátrica (crianças de 6 a 11 anos) teve boa procura, mas também aquém do esperado.

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