Dia da Consciência Negra: crianças da rede municipal confeccionam bonecas Abayomi

Em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado neste sábado, 20, uma oficina inédita de artesanato mobilizou, na manhã desta quinta-feira, 18, crianças da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Frederico Assmann, no Bairro Belvedere, que participam do Programa AABB Comunidade. Sob orientação da presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir), Vera Lúcia da Silveira, meninos e meninas aprenderam a confeccionar as bonecas Abayomi, símbolo de resistência, amor e proteção.

Criadas na época da diáspora, segundo uma das versões que narram sobre a origem das representações, conforme contou Vera, as bonecas Abayomi surgiram no interior dos navios negreiros, em uma tentativa das mães de minimizar o desespero das crianças que viam os pais serem acorrentados e açoitados. “Foi a forma encontrada por essas mulheres mais velhas de levar às crianças um pouco de acalento. Elas arrancavam pedaços de tecidos das próprias saias e faziam as bonecas com nozinhos. Então a Abayomi significa presente precioso, encontro feliz, ela traz alegria e alento”, disse.

Com retalhos multicoloridos, de diversos tipos de tecidos e estampas, a boneca Abayomi é confeccionada a partir de vários nós que vão definindo tronco, cabeça e membros. “Ela não tem olhos, nariz, nem boca, justamente porque remete à questão da equidade, da igualdade entre todos”, explicou Vera. Cerca de 400 bonecas serão criadas para presentear os participantes da 1ª Conferência Municipal da Promoção da Igualdade Racial, que acontece nos dias 24 e 25 de novembro, no Auditório Central da Unisc.

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Para a presidente do Compir, a criança está em processo de formação de identidade e personalidade e, quando manifesta racismo, não é por vontade própria. “É porque aprendeu, é um comportamento que certamente copiou de alguém. Essa boneca não tem rosto para mostrar que somos todos iguais, esse é o significado que ela traz e, com essa oficina os pequenos vão reproduzir a profunda beleza que esse ensinamento de alto valor civilizatório traz, afinal 50% do Brasil é afrodescendente”.

A atividade, que acontece ao longo desta semana, vai contemplar cerca de 300 alunos do Programa AABB Comunidade, em diferentes turnos. Além da Emef Frederico Assmann também vão participar as escolas Rauber, Harmonia, Hildebrand e Menino Deus.

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