Embora a maioria dos principais partidos de Santa Cruz vá realizar suas convenções apenas amanhã, esta quinta-feira, 4, será um dia decisivo. Em meio a um cenário que se embaralhou nos últimos dias, PSDB e PMDB fecham questão hoje sobre suas posições – o que, na prática, será determinante para o desenho do quadro eleitoral.
Os dois partidos apoiaram o prefeito Telmo Kirst (PP) na eleição de 2012, mas se retiraram do governo no primeiro semestre deste ano para tentar construir uma nova via na disputa pela Prefeitura. A ideia era lançar uma chapa formada pelos ex-secretários de Transportes, Alex Knak (PMDB), e de Desenvolvimento Econômico, César Cechinato (PSDB). Nas últimas semanas, porém, as siglas se viram em meio a divergências internas e a investidas do PP, que passou a atuar para recompor o grupo de 2012 com vistas à reeleição de Telmo.
Ontem, o próprio prefeito passou para a linha de frente das negociações. Reuniu-se à tarde, no Palacinho, com Knak e os presidentes do PMDB, Roberto Moura, e do PSDB, Paulo Jucá. Na conversa, afirmou novamente que não é empecilho à coligação e sinalizou disposição para negociar a composição da chapa – já que as legendas não aceitam apoiar novamente uma chapa pura, com Telmo e Helena Hermany de vice, o que seria a preferência do PP.
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À noite, dirigentes dos dois partidos se reuniram para avaliar a conversa com Telmo e definiram que, se não houver nenhum novo movimento ao longo do dia, manterão o plano e levarão às suas convenções – que serão separadas – a proposta da chapa, provavelmente com Knak na cabeça e Cechinato de vice, embora isso ainda esteja aberto.
Procurado, Moura confirmou que a tendência é manter a chapa, mas admitiu as negociações com o PP. “Estamos tentando unificar o grupo”, disse.
Já o presidente do PP, Henrique Hermany, disse que o partido espera que não haja duas chapas. “Continuamos com a expectativa de que o bom-senso prevaleça.”
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O QUE ESTÁ EM JOGO
Ciente do risco de uma chapa PMDB/PSDB dividir o seu eleitorado, o PP está empenhando esforços para recompor o grupo vitorioso da eleição de 2012. O argumento é de que, se os partidos se realinharem, o potencial para enfrentar um cenário com quatro chapas de oposição será maior. Além disso, alegam que, segundo projeções, a reedição da dobradinha Telmo-Helena é a que dá mais chances.
O PMDB/PSDB descarta apoiar uma chapa pura do PP e parte dos integrantes não vê com bons olhos a ideia de retornar à base do prefeito, já que o desligamento é recente e criou-se expectativa junto ao eleitorado em torno da chapa. Com isso, ao que tudo indica, a nova via só não deve sair se o PP abrir mão da chapa pura. As conversas podem avançar ao longo do dia.
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Se os partidos se lançarem hoje à noite, o PP terá que definir se lança a sua chapa ou se apoia a nova via (o que é pouco provável).
Câmara
Além das negociações com o PP, o que também complicou a situação foi a discussão, entre PMDB e PSDB, sobre a eleição para a Câmara. O PMDB resiste à ideia de repetir a coligação de 2012, porque teme que novamente só se elejam candidatos tucanos. Alguns integrantes, porém, alegam que, se concorrerem sozinhos, os peemedebistas podem não atingir o quociente eleitoral, ainda mais se Alex Knak, um dos nomes de peso do quadro, estiver na eleição majoritária. Por causa disso, Knak também sofreu pressão nos últimos dias para que desistisse de concorrer à Prefeitura.
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