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GILBERTO JASPER

Dezembro é sempre igual?

O final de ano se aproxima com as “novidades” de sempre. É uma época de correria, estresse e tentativa de resolver problemas que se arrastaram por meses a fio.  É o período de confraternizações – de empresas, condomínios, confrarias de amigos e ex-colegas de escola ou futebol, entre outras comemorações. Ao longo do ano, raramente pensamos em promover reencontros, mas basta o “bom velhinho” aparecer nas propagandas para bater uma espécie de dor na consciência por termos esquecido de pessoas queridas. Também é época de intermináveis despesas com IPTU, IPVA, matrícula da gurizada no colégio, gasto com férias, viagens e outros quetais.

Em Brasília a cena se repete. A reta final de 2024 promete muita discussão, polêmica e negociatas comuns no cotidiano da “ilha da fantasia”. A reforma tributária, um sonho de décadas, rendeu pouca discussão no Congresso Nacional diante da complexidade do tema. A grande maioria dos parlamentares não tem noção do assunto em discussão no plenário. Por muito tempo a reforma deve suscitar debates acalorados.

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Inúmeros assuntos relevantes passaram por situação semelhante, típica de final de ano em Brasília. A tradição reza que teremos longas sessões, onde situação e oposição irão protagonizar bate-bocas bizarros, de baixo nível. Teremos emendas, mudanças do texto original e a inclusão dos chamados “jabutis”, remendos grosseiros, estranhos à essência dos projetos em pauta.

Sessões de final do ano legislativo se arrastam madrugada adentro. A cobertura da imprensa é mínima. Ou seja, o contribuinte – que banca os abusos perpetrados pelos parlamentares – ficará alheio aos fatos e decisões. Fundo eleitoral, emendas bizarras que torram bilhões de nossos impostos passaram por processos semelhantes.

Dezembro também é período de balanços. De sopesar lucros e perdas, avanços e retrocessos, bons e maus momentos que não ficarão apenas nas agendas de papel (como a minha), mas em corações e mentes. Sorrisos e abraços não apagarão mágoas e frustrações, mas servirão de bálsamo para mitigar sofrimentos que forjam o ser humano.

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Fim de ano também é tempo de reflexão sobre 2025, que chega repleto de desafios. Alguns deles do cotidiano, ou seja, que se repetem, somados a outras novidades nem sempre tão positivas. Mas é preciso energia, perseverança, otimismo equilibrado e senso crítico para discernir bons e maus parceiros de jornada.

A menos de 20 dias do espocar dos fogos que anunciam o ano novo devemos evitar o pessimismo, embora estejamos vivendo tempos difíceis, de pouca comunicação humana e excesso de conectividade, o termo da moda. Sejamos generosos, pacientes para flertar com novos tempos de rever velhos amigos, parceiros de vida e, ao lado deles, vislumbrar um 2025 menos amargo.

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