Otorcedor do Avenida tem um motivo especial para celebrar neste sábado. Há dez anos, o time comandado pelo saudoso Beto Campos venceu o Brasil por 3 a 1, de virada, e conquistou a Divisão de Acesso no Estádio das Castanheiras, em Farroupilha. Naquele 10 de julho de 2011, o Periquito, que até então não havia superado o rival em três confrontos durante a competição, fez a festa na Serra e finalizou com chave de ouro. “Até hoje, quando posso, vejo esse jogo, tenho gravado e cada vez nos convence mais que naquele dia era impossível o Brasil nos ganhar. Estava predestinado para entrar para a história e, graças a Deus, as coisas aconteceram. Foi um dia marcante e que guardamos na memória”, relembrou o volante Bocha, destacando a força do elenco.
“O grupo era o grande diferencial, com experiência e várias lideranças.” Ele atuou ao longo de seis temporadas, o que reforçou o vínculo com as cores verde e branca. “O título é o objetivo maior na carreira de qualquer atleta, representa muito. Sou casado e toda a família da minha esposa é avenidense, então o mais legal era ver a alegria deles em comemorar aquele título”, comentou Bocha, atualmente com 39 anos. No quadrangular final, o Periquito levou a melhor também sobre o Cerâmica, que ficou com a outra vaga do acesso, e o Juventus, de Santa Rosa.
O nível da competição foi forte, com equipes de muita qualidade. A presença de público vindo de Santa Cruz do Sul transformou-se em combustível para levantar o caneco na Serra. “Pra mim, a torcida é o pulmão do clube. Quando vimos a torcida invadindo as Castanheiras, pensamos: ‘Eles estão acreditando na gente, não podemos deixar escapar’. Sabíamos que coisas boas iriam vir. Quando vimos a nossa torcida no estádio, sabíamos que não seria fácil para o Brasil”, comentou Bocha.
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Mais do que a conquista do título, balançar as redes no duelo final se tornou ainda mais significativo para o volante Éder Lazzari. “Foi um gol muito bonito, acredito que de toda a minha carreira e, se tratando de uma decisão, ele ainda está muito vivo dentro de mim”, recordou – os outros foram assinalados pelo lateral-direito Fininho e o também volante Baiano.
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Hoje com 43 anos e dono de uma escolinha de futebol em Venâncio Aires, Lazzari disse que os donos da casa já contavam com o título antes da partida. “Quando fomos fazer o reconhecimento do gramado, tinha um caminhão dos bombeiros estacionado. Isso demonstrava o tamanho da confiança do Brasil em cima do resultado, em cima de nós. Aquilo acabou nos motivando ainda mais” salientou.
“Sem dúvida é um dia que está na memória de todos nós, avenidenses. Talvez houve até um certo desrespeito por parte do adversário, já colocando caminhão de bombeiros. Mas isso tudo só serviu como combustível, porque a nossa confiança era grande. Desde a montagem daquele grupo, estávamos preparados para o acesso.” – Jair Eich, atual mandatário e que também estava à frente do Periquito em 2011.
Autor de um dos gols nos 3 a 1 sobre o BrasilFAR, o lateral-direito Fininho lembra do frio em 10 de julho de 2011 e, principalmente, das dificuldades para bater o Brasil. “Era a nossa toca naquela competição, não havíamos vencido em três confrontos e tínhamos aquela última cartada para buscar o acesso”, rememorou ele, atualmente gerente de futebol do Veranópolis, que também disputará a Série A2 neste ano. Além de 2011, ele esteve no acesso de 2014.
“O Avenida realmente é um clube que tem um sentimento especial para mim. Tem pessoas boas no seu comando, uma torcida vibrante e participativa”, destacou. “O dia que estiver aí no estádio (dos Eucaliptos), mesmo como adversário , defendendo outras cores nessas novas funções que exerço dentro do futebol, quero ser reconhecido pelo torcedor como quem fez o seu papel e ajudou muito o Avenida a ser o que é hoje”, enfatizou Fininho.
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Um empate bastava ao Avenida para garantir o acesso. O time alviverde saiu atrás no placar, mas mostrou força para virar e vencer por 3 a 1. “Tivemos tranquilidade para não se abater na partida e conseguir o resultado”, disse o atacante Alex Amado, de 34 anos, que atuou por três temporadas no Periquito.
Para ele, o título da Divisão de Acesso impulsionou a sua carreira. “Estava recém no terceiro ano de profissional e já conseguimos um título. Isso dava uma visibilidade maior no Rio Grande do Sul. Agradeço ao clube pela oportunidade”, ressaltou. Após quatro temporadas no Brasil-PEL, Alex foi para o Ceará, mas encontra-se afastado dos gramados por causa de uma grave lesão ligamentar no joelho direito.
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“O que mais me impressionou foi a aplicação tática e a raça mostrada pelos comandados de Beto Campos. As comemorações foram históricas, como o próprio título. Não posso esquecer do saudoso Éder Machado, um gigante durante todo o campeonato, e de vários outros jogadores.” – Repórter da Rádio Gazeta que esteve nas Castanheiras.
Atual técnico do Avenida, Márcio Nunes era zagueiro na conquista do título em 2011. Hoje ele espera repetir o feito, mas fora das quatro linhas. “Quando acertei com o presidente Jair (Eich), falei que era uma ambição profissional que eu tinha de ter sido campeão como atleta e agora, como treinador, ir em busca desse título. A gente sabe das dificuldades naquele ano. Muitos não acreditavam que pudéssemos subir”, recordou.
Segundo Nunes, a montagem do elenco para a Série A2 de 2021 foi feita justamente para erguer mais uma taça. “O presidente e o Guilherme (Eich, diretor executivo) fizeram todo esforço possível neste ano para fazer um grupo competitivo e de qualidade. Isso nos dá uma confiança, uma convicção muito grande de que podemos repetir o feito”, salientou.
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