Santa Cruz do Sul

Devotos de Iemanjá se reuniram em procissão no Várzea

O som de sirene ecoava pela BR-471 até adentrar a Rua Irmão Emílio, Bairro Várzea, em Santa Cruz do Sul. Na esquina, dezenas de pessoas aglomeram-se para ver a viatura do Corpo de Bombeiros se aproximar. Ela transportava, em sua carroceria, o andor com Iemanjá. Começava ali a procissão à Rainha do Mar, na noite dessa quarta-feira, 31. O cortejo, que já se tornou tradicional na região, partiu da rodovia e seguiu até o Centro Cultural de Umbanda Ogum das Matas e Iemanjá.

O organizador, babalorixá Pai Jardel, guiou os fiéis até o templo. Lá, fizeram uma corrente com os médiuns seguida de atos religiosos. “O trabalho deles é dar o passe e o descarrego através dos benzimentos nas pessoas que vêm pegar essa energia para se fortalecer, seja à sua saúde ou psicológico”, explicou.

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Além de celebrar o Dia de Iemanjá, festejado em 2 de fevereiro, a ação buscou resgatar as tradicionais e antigas procissões de umbanda que eram realizadas em Santa Cruz e foram se perdendo com o passar do tempo. 

“Há muitos devotos de Iemanjá no município. Geralmente, as festas são no litoral. Mas, como não temos aqui em Santa Cruz, e muitas pessoas não têm oportunidade de ir ao mar, trouxemos a celebração para que possam reforçar sua fé. Afinal, Iemanjá está em todos os lugares. Ela é mãe de todos, então cuida de todos os filhos”, afirmou. É o terceiro ano que a procissão ocorre. O objetivo é que ela possa continuar e se tornar uma tradição no município.

Jardel organizou o encontro, que busca resgatar as tradicionais procissões da religião | Foto: Alencar da Rosa

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O Pai Antônio de Ogum, responsável pelo Templo de Umbanda Pai Ogum Beira-Mar e Mãe Oxum, localizado no Bairro Esmeralda, também participou das atividades. Destacou que trata-se também de um momento para combater os mais diversos tipos de preconceitos, seja religioso, racial ou sexual. O tema pode ser visto em cartazes empunhados pelos fiéis, que pediam o fim do racismo e a intolerância religiosa.

“A procissão pede paz e saúde pelas pessoas que estão doentes e amor entre as famílias. Estamos aqui para agraciar Iemanjá, pedir que dê bênção e união entre as religiosidades. Porque Deus é único, Deus não tem divisão. Ele sempre arrebanha todas as ovelhas que estão desgarradas”, frisou.

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Julian Kober

É jornalista de geral e atua na profissão há dez anos. Possui bacharel em jornalismo (Unisinos) e trabalhou em grupos de comunicação de diversas cidades do Rio Grande do Sul.

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Julian Kober

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