Neste mês de julho, o Detran RS completa 20 anos com uma gama de atribuições maior do que quando foi criado em 1997. A diversidade das atividades exercidas hoje pela autarquia reflete o espírito do Código de Trânsito Brasileiro, que ampliou a visão de trânsito para além de placas, carros e rodovias, englobando as pessoas em seus deslocamentos diários e a segurança do trânsito em um nível mais amplo.
A partir do ‘código cidadão’ de 1997, a autarquia começou atuando, por meio de seus credenciados, no registro de veículos, na habilitação de condutores, no controle das infrações de trânsito e, timidamente, na educação para o trânsito. Em 2002, assumiu a tarefa de gerenciar a remoção e a guarda de veículos em depósito e, em 2008, também o controle da fabricação de placas e tarjetas. A educação para o trânsito tornou-se uma atividade central, concretizada na criação da Escola Pública de Trânsito em 2010. Hoje, o Detran RS atua em frentes tão diversas como exames de direção, fiscalização de trânsito e controle de desmanches de veículos.
Para cada uma das atribuições previstas em lei, novos ramos de atividades vão se desdobrando, acompanhando os desafios e a crescente complexidade do trânsito e da sociedade. Além da atribuição do registro, ao longo do tempo o Detran RS passou a ser responsável por todo o ciclo de vida do veículo, com o controle das empresas de desmanches, até a reciclagem daqueles bens que encerraram sua vida útil.
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Reciclagem e desmanches
A reciclagem de veículos, adotada em 2010, foi um projeto pioneiro no Brasil. Desde então, 50 mil sucatas deixaram de poluir o solo e ocupar espaço nos depósitos. Com o controle também das empresas de desmanches, o Detran RS acompanha o veículo desde o seu ‘nascimento’ até o seu fim, seja na transformação da sucata em matéria-prima, seja na forma de peças de reposição.
Para que esse controle fosse efetivo, além de credenciar as empresas e fazer o controle da origem e da qualidade das peças comercializadas, foi necessário também o envolvimento da autarquia na fiscalização dos irregulares. O Detran RS é parte fundamental na força-tarefa da Operação Desmanche, apreendendo e encaminhando para reciclagem toda a sucata automotiva de estabelecimentos não credenciados, impedindo que estas voltem ao mercado.
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Em 45 edições da operação realizadas em 21 municípios, foram apreendidas 2.927 toneladas de sucata, 71 estabelecimentos foram fechados e 51 pessoas foram presas.
Tecnologias
Nas demais áreas, o Detran RS também enfrenta o desafio de acompanhar as mudanças e de modernizar seus processos. A habilitação de condutores agregou tecnologia para formar melhores motoristas: desde 2014, o Rio Grande do Sul utiliza simuladores de direção para que o motorista chegue mais preparado às aulas práticas. Biometria, filmagem das aulas, prova prática eletrônica. Nos últimos dois anos, o salto de qualidade foi importante, o que certamente vai refletir na segurança do trânsito.
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Mudança de comportamento
O ano de 2011 foi um marco fundamental para o trânsito do estado. Foram criados, sob a coordenação do Detran RS, dois grandes programas, cuja continuidade garantiu resultados significativos para a mudança de comportamento no trânsito e a consequente redução da acidentalidade. A Balada Segura teve início em Porto Alegre e, nos anos seguintes, se estendeu para outros 28 municípios, enfocando, especialmente, a embriaguez como causa de acidentes.
A Operação Viagem Segura busca prevenir acidentes, mobilizando órgãos de trânsito e outros parceiros em feriados e datas comemorativas. Já foram realizadas 75 edições da operação, com quase cinco milhões de veículos fiscalizados.
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Em 2013, o Detran RS formou sua primeira equipe de agentes de fiscalização de trânsito, assumindo mais uma tarefa importante para a segurança do trânsito. Os agentes do Detran RS atuam na Balada Segura em Porto Alegre e no Litoral, no período de veraneio, além de darem suporte a ações especiais, como a Operação Reciprocidade, da Polícia Rodoviária Federal.
Nos últimos anos, o Detran RS registrou tonelagem recorde de sucatas recicladas; intensificou o cerco ao comércio ilegal de peças usadas; trouxe novas soluções para o atendimento ao público, como a Central de Serviços; multiplicou por quatro o número de abordagens na Balada Segura; reduziu a sensação de impunidade no trânsito, abrindo um número recorde de processos de suspensão e de cassação de condutores; avançou na educação para o trânsito, inclusive em ambiente corporativo e junto aos transportadores de cargas; e propôs mudanças para o Código de Trânsito Brasileiro.
Tudo isso colabora para a grande conquista dos últimos anos: a redução da acidentalidade com mortes. Se, para 2016, a previsão de mortes nas ruas e estradas gaúchas era de 2.811 vítimas fatais, segundo metodologia da ONU, e o desejável era reduzir esse número para 1.813, encerrar o ano com 1.680 óbitos é indício de que a autarquia está no caminho certo para construir um futuro mais seguro e mais humano.
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