Nos tornamos reféns da rede. É impressionante andar pelas ruas, nos aeroportos, shoppings e praças observando a quantidade de pessoas andando de cabeça baixa completamente absorvidos pela tela azul do celular. As patologias e psicoses do mundo moderno trazem novas formas de alienação e dependência. Onde estão os limites?

O Hikikomori, que já atinge mais de 70 mil japoneses na idade entre 15 a 39 anos segundo o Ministério da Saúde no Japão, se caracteriza por pessoas que tem um comportamento de extremo isolamento social, passando a maior parte do dia trancados em seu quarto, isolados do mundo e sem perspectivas de vida, mas conectados à vida digital.

Por aqui, problemas de ansiedade, dores na coluna, obesidade, síndromes emocionais e um verdadeiro show onde a ilusão vence a realidade. Uma pesquisa da Universidade de Surrey, na Inglaterra, mostra que insônia e ganho de peso também vem se apresentando como efeitos colaterais da era digital. Antroposofistas sugerem que quanto mais nos afastamos da natureza, das energias do universo e de nossa natureza humana, mais doentes ficamos.

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Deixamos de aprender, porque estamos distraídos com milhares de assuntos fúteis e inúteis em nossos apps virtuais. Afogados em conteúdo excessivo, perdemos a capacidade de enxergar os horizontes, de assumir nossa autenticidade e, principalmente, de responder as perguntas essenciais da vida: quem queremos ser o que permitiremos que faça parte de nossas vidas.

A rede social pode provocar em nosso corpo os mesmos efeitos químicos da dependência de outras drogas. Talvez sejam as novas drogas. Ela nos aproxima, nos conecta a tudo, mas precisamos filtrar este tudo e decidir quando e a que nos conectamos.

Desde o ano passado, a quantidade de informações tem feito meu cérebro paralisar. Estou com enjôo das redes e de seu barulho. Decidi mudar minha rotina e reduzir as horas de acesso à rede e o diminuir o que me acessa a partir de inteligentes algoritmos. Não quero ser colonizada. E-mails invasivos, anúncios comerciais, barulho, fantasia, ilusões estão fora da minha área de interesse este ano. Decidi me descadastrar de tudo o que me distrai, e quero ter o poder de buscar quando e se eu quiser. Na era digital e exponencial, precisamos de atenção, presença, integridade física, emocional, mental e espiritual, ou nos tornaremos os robôs vivos da próxima década.

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Planeje seu Detox Digital. Nada é mais desinteressante que conviver com pessoas ausentes de si mesmas e ausentes da vida, que se anunciam sem tempo sempre e que quando estão longe do celular se mostram perdidas e vazias.

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