Regional

Deslocamento de moradores da Linha do Rio ao Centro de Candelária se tornou um desafio

Além dos inúmeros prejuízos causados pelas enxurradas, os moradores da localidade de Linha do Rio, no interior de Candelária, estão convivendo com outro problema: o deslocamento até a cidade. O único acesso, pela RSC-287, está bloqueado devido à destruição de partes da ponte sobre o Rio Pardo e também da pista. A única alternativa para os pedestres é fazer a travessia do rio por uma passadeira montada pelo Exército. Apesar de resolver o problema do isolamento, é necessário um deslocamento muito maior que o habitual.

Até esse domingo, 19, moradores e demais usuários utilizavam uma pinguela improvisada, que foi montada sobre o que sobrou da ponte sobre o Rio Pardo. É o caso de Juliana Andrade, de 40 anos, que reside em Candelária e trabalha em uma empresa do ramo calçadista em Vale do Sol. Desde que a travessia tradicional foi interrompida, ela está pernoitando na casa de colegas pela impossibilidade do deslocamento para casa ao fim do expediente. O mesmo transtorno é enfrentado para carregar a matéria-prima usada na fabricação.

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Para Juliana, usar a passadeira montada pelo Exército será um transtorno | Foto: Rafaelly Machado

“Meu chefe, na semana passada, teve que sair de Candelária e fazer a volta por Cachoeira do Sul para chegar a Vale do Sol, um trajeto de mais de 400 quilômetros se considerar ida e volta”, afirma. Juliana não sabe como será a partir de agora, quando o único caminho será a passadeira. “Para mim vai ser muito complicado, moro no Bairro Marilene e é uma volta muito grande.” Uma das alternativas, acrescenta, será ir com o dono da empresa na segunda-feira e voltar para casa somente no sábado.

O agricultor Arcelino Hoppe, de 53 anos, começou a se habituar à nova rotina. “Há mais de 20 anos eu não andava de bicicleta e tive que aprender novamente, porque não tem como fazer esse trecho todo a pé”, afirma. Morador de Linha Facão, ele precisa do equipamento para ir à cidade e agora demora um tempo muito maior. “Antes eu fazia em dez minutos de carro, agora ficou muito complicado para quem mora do outro lado do rio.”

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Nova rotina de Arcelino inclui usar bicicleta, o que não fazia há 20 anos | Foto: Rafaelly Machado

Na área urbana, a passadeira fica próximo ao balneário Sol Nascente, distante cerca de 3,5 quilômetros do Centro. Após atravessar o curso d’água, são cerca de 600 metros até a VRS-858 (estrada geral de Linha do Rio) e, de lá, mais 4 quilômetros até a RSC-287.

No caso dos veículos, uma das rotas para sair de Candelária em direção a Santa Cruz é pela ERS-410 até a ERS-403, pela qual o motorista pode chegar a Rio Pardo e seguir viagem. Também é possível usar a estrada de Albardão. Um atoleiro a cerca de 3 quilômetros da rodovia principal estava impedindo a passagem, mas nesse domingo foi feito o desbloqueio.

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Iuri Fardin

Iuri Fardin é jornalista da editoria Geral da Gazeta do Sul e participa três vezes por semana do programa Deixa que eu chuto, da Rádio Gazeta FM 107,9. Pontualmente, também colabora nas publicações da Editora Gazeta.

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