Santa Cruz do Sul

Desistir não era opção: moradora da região celebra recuperação após AVC aos 26 anos

Quando algo ruim acontece com alguém, seja uma doença, uma perda ou até mesmo uma mudança repentina e inesperada, é comum surgir o pensamento de que a vida antes do acontecimento não era valorizada o suficiente. A rotina da vida adulta é, muitas vezes, tão cansativa e acelerada, que os pequenos – e não pouco importantes – instantes acabam se tornando invisíveis. Porém, o que em um momento parece desolador também pode se tornar uma oportunidade de evolução. 

Em 2019, Ana Paula Nascimento vivia normalmente aos 26 anos. Apesar de ser natural de Candelária, morava e trabalhava em Santa Cruz do Sul, mantendo uma rotina comum. Foi quando começou a sentir cansaço e os batimentos cardíacos acelerados enquanto caminhava até o trabalho. Por possuir histórico familiar de problemas cardíacos, procurou um médico. Através de um exame, soube que possuía uma falha na comunicação interatrial (CIA) em seu coração, sendo um pequeno orifício na parede do órgão.
O médico explicou que não era algo grave, mas a encaminhou para cirurgia, para normalizar o quadro.

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Antes mesmo de realizar o procedimento, Ana teve uma parada cardiorrespiratória, mas no fim correu tudo bem. Depois de dez dias em observação, foi para a casa dos pais se recuperar, quando ocorreu o inesperado. Em uma madrugada, ela acordou sentindo fortes dores de cabeça e náuseas. Alguns instantes depois, começou a falar “enrolado”. Após avisar os pais, sua mãe, Nair do Nascimento, que trabalha na área da saúde, suspeitou de um acidente vascular cerebral (AVC). 

Em pouco tempo, ela foi encaminhada ao hospital, recebeu o diagnóstico de AVC, realizou uma cirurgia e foi encaminhada para a UTI. Com o enfraquecimento do lado esquerdo de seu corpo, os médicos começaram a acompanhar seus primeiros progressos. Segundo Ana, as maiores dificuldades eram para engolir alimentos, a locomoção e a visão ineficiente no olho esquerdo. Mesmo com muitas dificuldades, ela voltou a caminhar após três meses e foi recuperando os outros movimentos com o passar do tempo. 

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Além da família e de outros profissionais, os especialistas do Hospital Sarah Kubitschek, de Brasília, também foram imprescindíveis para a sua recuperação. Ana recebeu orientações de diversos âmbitos e produziu sua órtese do pé – inclusive está em processo para a da mão. Além dos médicos, ela credita a sua evolução e melhora também a Deus, em quem depositou fé nos momentos difíceis. “A maior lição que eu tive foi que se a gente pensar positivo e pedir a Deus para melhorar, ele nos dá forças. A fé move montanhas”, declara. 

Recomeço

Mesmo com a presença de algumas sequelas, a candelariense realiza exercícios físicos e mantém atividades específicas para melhoramento dos movimentos. Ela frequenta a academia, faz bicicleta ergométrica todos os dias e pratica ioga uma vez por semana. Ana também retornou às suas atividades profissionais e hoje atua como Social Media, diferente do que fazia antes do AVC. Um pouco de seu trabalho pode ser encontrado no Instagram @anapaulahnascimentomkt. 

Aos 31 anos, Ana Paula enfatiza que o mais importante é valorizar a vida e as pessoas que fazem parte dela. “Temos que falar todos os dias o quanto as amamos”, salienta. Ela também reconhece que a sua personalidade continua a mesma, mas hoje dá mais valor às pequenas ações do dia a dia, como respirar e beber um copo de água, atos que em alguns momentos eram difíceis de ser realizados. 

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Lavignea Witt

Me chamo Lavignea Witt, tenho 25 anos e sou natural de Santiago, mas moro atualmente em Santa Cruz do Sul. Sou jornalista formada pela Universidade Franciscana (UFN), pós-graduada em Jornalismo Digital e repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações.

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