“Nas últimas décadas, desequilíbrio ecológico tem sido um tema de repercussão e debate mundial. Pessoas de todas as idades e em todos os cantos do planeta já ouviram falar sobre ecologia e sua importância.
E o aspecto mais comum acerca dessa temática diz respeito às relações humanas com a natureza. Com animais, plantas, florestas, campos, montanhas, rios e mares, entre outros elementos.
Sempre que falamos em ecologia, a nossa associação mental e imediata lembra esses elementos. Mas nunca lembramos de pessoas em relação às pessoas!
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Esquecemos que somos (os humanos) um subsistema, parte de um ecossistema mais amplo. Um subsistema que interage social, política e economicamente. Harmônica e desarmonicamente. Pacífica e belicamente.
Superadas as explicações teocêntricas acerca das origens e das relações humanas, com o advento do iluminismo, do cientificismo e das revoluções francesa e industrial, desenvolvem-se, enfim, as ciências sociais.
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À conta do seu desenvolvimento conhecemos e aprendemos sobre capitalismo, marxismo, liberalismo, existencialismo, estruturalismo, psicanálise e darwinismo, entre outros saberes.
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Teorias, pensamentos e reflexões que associadas às ciências humanas – sociologia, antropologia e psicologia – geraram esse imenso caldo cultural e fator de agregação – e desagregação! – humana.
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Mas mesmo com as teorias e os estudos não superamos questões básicas no/do nosso subsistema, contradições das relações humanas. Afinal, quase que a totalidade das nações e dos povos convive e padece de diversas formas de violência e desigualdade, quer sejam motivadas pela ordem econômica, social e/ou política.
Observe a crescente violência urbana e a ascensão do crime organizado. Ambos ocupam os espaços (vazios) na exata proporção da incapacidade de superação da própria sociedade e do Estado.
Pior. A violência e o crime vão além dos espaços vazios, alcançam e sobrepujam o nosso sentimento de (in)capacidade e (des)articulação humana e comunitária.
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Se incluirmos a questão dos relacionamentos familiares no debate, poderíamos questionar se a questão dos (fim ou falta de) limites guarda relação com a incapacidade do Estado. Cientistas sociais dizem que são os costumes sociais que mudam as famílias e não o contrário.
Então, a superação do desequilíbrio ecológico humano exige ações da sociedade e políticas públicas de Estado. Afinal, a não abundância e a não qualidade dos serviços de saúde, educação, habitação e segurança não são um retrato de que mais grave que o desequilíbrio ambiental é o desequilíbrio ecológico humano?”
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O texto acima foi publicado em 7 de setembro de 2011. Minha conclusão em 2024: se não progredirmos na construção da igualdade social, não haverá equilíbrio e estabilidade ambiental possível.
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