A pane do WhatsApp, Facebook e Instagram, no início da semana, foi um dos assuntos mais comentados no mundo. Enquanto as equipes de Marck Zuckerberg tentavam achar o motivo para o problema, telefonar à moda antiga e enviar SMS e e-mail se tornaram a alternativa em meio ao caos.
Lembro dos primeiros tempos das redes sociais. Sou da época do Orkut, vi nascer o Facebook e o Instagram. Tive Twitter, mas encerrei a conta. Era muita coisa para administrar. Já postei muito, mas hoje tenho cautela com a exposição. Se devemos pensar antes de falar, também devemos refletir se, de fato, uma publicação vale a pena. Não é exagero até mesmo pensar em questões de segurança. Afinal, crimes também ocorrem no ambiente virtual.
Há alguns anos, participei de um curso para entender mais sobre redes sociais e estratégias de uso. O assunto ainda era relativamente novo. As empresas estavam descobrindo os benefícios da presença no meio digital para além dos sites, do contato mais próximo com o público. Ainda não se falava em influenciadores e afins. Em um tempo no qual a internet era precária e o smartphone tinha pouca capacidade de armazenamento e câmeras de baixa resolução, não imaginávamos que nos tornaríamos seres hiperconectados.
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Hoje passamos a viver o imediatismo. A resposta não pode tardar. Temos grupos de tudo, amigos, parentes, de colegas… Vieram as listas de transmissão e a paz acabou. Ultrapassamos os limites do bom senso, do respeito. Mandar mensagem às 6 horas de domingo ou à meia-noite virou rotina. Estar on-line passou a ser entendido como estar disponível. O direito à desconexão ficou na teoria. Na área trabalhista, vieram condenações a empregadores que não respeitaram o repouso dos funcionários. Houve até demissão via WhatsApp.
A rede social, antes destinada a conectar pessoas, postar uma foto ou acontecimento banal, se tornou terra fértil para semear a discórdia e debates acalorados. Mais ou menos como disse Umberto Eco: “As redes sociais deram o direito à palavra a legiões de imbecis que, antes, só falavam nos bares, após um copo de vinho e não causavam nenhum mal para a coletividade”.
Mas também devemos considerar o lado bom das redes, especialmente na pandemia, quando as telas ajudaram a conectar pessoas de um modo mais seguro. Concluí uma graduação em Direito de modo virtual, apresentei o trabalho de conclusão de curso na sala de casa, tive contato com pessoas de diferentes partes do Brasil e exterior no conforto do lar.
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Não questiono a importância ou utilidade das diferentes formas de conexão. Há mais de duas décadas acompanho a evolução dos recursos comunicacionais e reconheço a importância para o trabalho. Mas quando soube da pane na segunda passada, confesso que respirei aliviado. Ao menos por algumas horas tive sossego. E o melhor de tudo, a vida seguiu seu curso.
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