Categories: Geral

Descoberta de ossada pressiona Vaticano a dar explicações; entenda

O Vaticano está sendo pressionado a dar explicações após a descoberta, no prédio da nunciatura em Roma, de ossos humanos que podem pertencer à filha de um funcionário da Santa Sé desaparecida há 35 anos. A família de Emanuela Orlandi, que desapareceu misteriosamente em 1983 no centro de Roma, pediu nessa quarta-feira, 31, esclarecimentos depois do anúncio oficial feito na véspera pelo porta-voz do papa.

Os ossos foram localizados por funcionários que trabalhavam na reforma da embaixada da Santa Sé na Itália. A descoberta foi imediatamente relacionada pela imprensa com o desaparecimento de Emanuela. A morte da adolescente já foi ligada a setores da Igreja, à máfia e também ao turco Ali Agca, autor do atentado contra João Paulo II, em 1981.

“Pedimos em caráter oficial que sejamos informados sobre qualquer ato, situação ou descoberta. Queremos saber”, declarou a uma rádio italiana a advogada da família Orlandi, Annamaria Bernardini Pace.

Publicidade

O anúncio do Vaticano causou muita especulação e acrescenta mais uma peça ao quebra-cabeças que é o caso Orlandi. A Procuradoria italiana imediatamente abriu uma investigação e ordenou à polícia forense que estabeleça a idade e o sexo da ossada descoberta, assim como a data e o motivo da morte.

Em 1983, além de Orlandi, outra adolescente de 15 anos desapareceu misteriosamente em Roma, Mirella Gregori. Por isso, é possível que a ossada também seja dela. O Vaticano garante que sempre colaborou com a Justiça e não relacionou a descoberta dos ossos com os nomes das meninas desaparecidas.

Emanuele desapareceu em 22 de junho, quando saia da aula de flauta, por volta das 19 horas. Ela tinha 15 anos é era filha de um funcionário do Vaticano, que era diretamente ligado ao papa. Supostamente, o desaparecimento pressionaria a Santa Sé em razão dos segredos que o pai da jovem guardava. 

Publicidade

No entanto, não é a primeira vez que a polícia italiana segue uma pista para encontrar o corpo de Emanuela. Em 2012, legistas exumaram o corpo do chefe da Banda della Magliana, a máfia de Roma durante os anos 70 e 80, que havia sido enterrado inexplicavelmente em uma igreja do Vaticano que fica ao lado da escola de música frequentada por Orlandi.

O mafiosos era Enrico de Pedis, cuja amante, Sabrina Minardi, contou ao Ministério Público que ficou encarregada de colocar a jovem em seu carro e levá-la até o local indicado por Pedis. De acordo com Sabrina, a menina foi sequestrada por ordem do arcebispo americano Paul Marcinkus, então diretor do Instituto para as Obras Religiosas (o Banco do Vaticano), “para dar um aviso a alguém”.

Após essas revelações, também foi investigado o ex-reitor da Basílica de Santo Apolinário, Piero Vergari, que autorizou o enterro de Pedis na igreja e trabalhou durante um período no prédio da nunciatura.

Publicidade

Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

Share
Published by
Naiara Silveira

This website uses cookies.