Em nota publicada ainda em setembro, o Ministério de Minas e Energia avaliou não ser necessária a implantação do horário de verão em 2023, que está suspenso no Brasil desde 2019. Um trecho do comunicado diz que, a partir de estudos técnicos realizados pela pasta, não foram apontados até o momento dados que sugerissem a necessidade do emprego da medida novamente no País.
No entanto, alguns setores defendem a proposta, como bares e restaurantes. O sócio-proprietário da Hbier, Henrique Becker Dopke, de 34 anos, afirma que nas épocas do horário de verão o pub ficava aberto por um período maior, por conta das noites mais longas e do clima agradável que atraía os clientes. “Existe um aumento do consumo de bebidas geladas, como chope, em função do calor”, explica.
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A regra também potencializava eventos ao ar livre e a venda de chope direto da cervejaria, afirma Dopke. Para ele, a área de lazer e entretenimento com alimentação é beneficiada com o horário de verão, pois aquece o setor gastronômico. “O público que mais cresce é no happy hour, logo na saída do trabalho, por exemplo. É um bom momento para confraternizações.”
Quem também defende esse formato é o proprietário do Villa Food Park e Velasco Culture & Music Bar, Roberto Nascimento. Ele salienta que a medida possibilitava a vinda de um maior número de clientes após o trabalho, principalmente no Villa, por ser um ambiente mais convidativo e despojado para encontros com amigos. “O horário de verão era uma fonte de receita a mais, porque prolongava o tempo de atendimento”, acrescenta.
Aos 45 anos, Roberto argumenta que um eventual retorno do sistema traria esperança para o setor, pois levaria mais consumidores aos bares e restaurantes. Segundo ele, a baixa no faturamento chegou a 8% em um de seus estabelecimentos após a revogação da medida. “Pode representar pouco em números, mas é um faturamento que se torna lucro líquido, porque a outra porcentagem absorve o custo natural da operação.”
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Os clubes com piscinas e áreas verdes também sentiram o impacto da “diminuição do dia” durante a temporada de veraneio. Na visão do presidente do Clube Aliança, Orlando Brito de Campos, de 50 anos, as pessoas ficam mais dispostas no verão e algumas tinham por hábito o aproveitamento da luz do sol por mais tempo. “Para o clube, e falando por mim, o horário de verão é benéfico, por podermos estender o funcionamento. As pessoas aproveitam mais”, ressalta.
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Orlando acredita que a presença de frequentadores tenha diminuído após a revogação da medida. “As pessoas costumavam sair de seus trabalhos e levar filhos e netos para aproveitar o clube. Agora o cenário é outro.” Ainda segundo Campos, os usuários do clube preferem ter mais luz durante os dias de verão. Ele gostaria que o horário especial retornasse à rotina dos brasileiros.
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O proprietário da Esquimó Sorvetes Santa Cruz do Sul, Márcio Souza, avalia que o horário diferenciado afeta positivamente o seu negócio. “Quanto maiores os dias, maior a circulação de pessoas e, consequentemente, o consumo”, argumenta. Conforme Souza, a hora a mais de vendas no dia faz diferença no faturamento da empresa.
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