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Pele

Dermatite atópica é crônica, mas pode ser controlada

Coceira, o surgimento de pruridos, descamações, formação de crostas e, em alguns casos, dor e ardência na pele. Esses são os sintomas da dermatite atópica (DA), uma doença crônica, diagnosticada a partir da análise clínica e do histórico familiar, que acomete até 20% das crianças e 9% dos adultos no Brasil.

Cerca de 60% dos casos de dermatite atópica surgem na infância e podem sumir ou piorar com o passar dos anos, mas estimativas apontam que 15% da população urbana sofre com a doença. Essas lesões, apesar de muito comuns, necessitam de acompanhamento médico e tratamento adequado. Em crianças, ela aparece em manchas avermelhadas e descamativas; em adolescentes e adultos, a pele fica mais grossa, áspera e escurecida. As dobras da pele são as regiões mais atingidas, mas podem aparecer em outras áreas. A persistência e o grau de incômodo dessas manchas determinam se você deve procurar um especialista.

“Os principais sintomas da DA são coceira, que pode ser insuportável e constante, e lesões de pele com características e localização específicas, chamadas de eczema. Essas lesões são recorrentes e podem estar associadas com outras manifestações cutâneas, a principal delas é o ressecamento da pele”, explica a alergista Djanira Andrade.

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Mesmo com essa grande incidência, a DA ainda gera muitas dúvidas. Normalmente a enfermidade se manifesta em pessoas que têm outras alergias como rinite, asma e bronquite, doenças que frequentemente atingem outros membros da família.

Pelo seu caráter crônico, a patologia pode ser desencadeada por stress e ansiedade e pelo contato com substâncias irritantes como poeira, fungos, ácaros, conservantes e produtos de limpeza. “É importante ressaltar que a dermatite atópica não tem nenhum caráter contagioso por nenhum tipo de contato. Mas existem outros gatilhos como clima, hábitos de vida, condição psicológica podem desencadear uma crise”, explica a médica.

Um fator complicador para as pessoas diagnosticadas com DA é o preconceito sobre a doença. Por falta de conhecimento, a população em geral acredita ser contagiosa e o preconceito existe. “Estímulos emocionais podem provocar piora do quadro, então procure adotar uma vida mais saudável, dormir bem, investir em atividades que te deem prazer, exercícios de relaxamento, respiração abdominal, espiritualidade”, comenta Djanira.

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Para as crianças é ainda pior. Elas geralmente são afastadas de atividades em grupo, não conseguem brincar com outras na escola ou na rua e têm dificuldades para levar uma vida normal. Com isso, podem se tornar fechadas e reclusas. “Por isso, a necessidade de falar sobre a doença, assim como buscar o diagnóstico e início de tratamento, diminuindo o desconhecimento da população em geral e tratando os pacientes de forma adequada”, explica Izabela Candéa, produtora de eventos da ONG Crônicos do Dia a Dia (CDD), que desenvolve uma campanha de disseminação de informações sobre DA e ajuda quem convive com doenças crônicas a ter uma vida com mais qualidade.

Além de trabalhar ativamente nesse projeto, Izabela é mãe na Nina, que convive com DA há oito anos, desde o nascimento. “Entender que não temos controle de tudo e que vez ou outra ela vai dar as caras, mesmo quando tudo parece estar normal é um dos principais desafios da convivência com a DA. Quando estamos em fase de manifestação, precisamos tomar cuidado com stress e condições emocionais, além de não poder exagerar no ‘suor’, ou seja, até as brincadeiras de correr e coisas do tipo, devem ser observadas”.

O tratamento da dermatite atópica começa com os cuidados com a pele que, em geral, é seca. Para tanto, é importante tomar banhos rápidos, não muito quentes, com pouca aplicação de sabonete e passar cremes hidratantes.

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“Um bom acompanhamento médico para que possamos trabalhar com prevenção e não correção é sempre o ideal. E ajudar a pessoa a ter controle emocional e de stress que são frequentes pra eles”, conta Izabela.

Entre os medicamentos, corticóides de uso tópico, imunossupressores e anti-histamínicos. Os antibióticos são utilizados no caso de infecções bacteriana. Uma terapia biológica foi aprovada, em 2017, para uso adulto, e agora, em agosto de 2019, para uso em crianças.

“O controle da doença se baseia em três pilares: hidratar a pele, orientações sobre a doença e autocuidado e afastamento de fatores desencadeantes. Desses, o grande protagonista é o uso de hidratante. A pele é um órgão essencial para defesa do organismo e proteção contra agentes irritativos e alergênicos. Nos pacientes com DA, a estrutura da pele é comprometida, favorecendo infecções, perda da hidratação e sensibilizações. Assim, o paciente precisa estar consciente da importância do uso regular e da escolha de produtos que respeitem e reparem sua pele”, explica Djanira.

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