Política

Deputado vira réu por violência de gênero contra vereadora trans

O deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB) virou réu por violência política de gênero contra a vereadora trans Benny Briolly (PSOL). A decisão foi tomada de forma unânime pelos desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro, na tarde desta terça-feira, 23. Eles acompanharam na íntegra o voto da relatora, desembargadora Kátia Junqueira, e receberam a denúncia da Procuradoria Regional Eleitoral, por violência contra a mulher candidata ou no exercício do mandato eletivo.

A procuradora regional eleitoral Neide de Oliveira relembrou o ataque do deputado, no dia 17 de maio deste ano, durante discurso no plenário da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), transmitido pelo canal de televisão da casa e pela internet. “O denunciado discursou, assediou, constrangeu e humilhou a detentora de mandato eletivo Benny Briolly, vereadora do município de Niterói, em menosprezo e discriminação a sua condição de mulher trans”, ressaltou a procuradora, que reproduziu vídeo do discurso de Amorim. As imagens mostram o deputado xingando Benny Briolly, usando várias palavras desqualificantes, como “aberração” e “belzebu”, o que foi entendido pelos demais desembargadores do TRE como adverso à liberdade de expressão ou à imunidade parlamentar.

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Segundo o TRE, o deputado, agora réu, responderá a processo baseado na Lei 4.737/1965, que instituiu o Código Eleitoral, especificamente referente ao Artigo 326-B: “Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo.”

A pena prevê reclusão de um a quatro anos de detenção e multa, com aumento em um terço se o crime é cometido na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da ofensa, com menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia; por meio da internet ou de rede social ou com transmissão em tempo real, o que foi o caso de Amorim.

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Presente à sessão do TRE, o advogado Rodrigo Barroso, que defende o deputado, sustentou que a denúncia deveria ser rejeitada, visto que o parlamentar goza de imunidade, e que ele não se referiu, nominalmente, a Benny Briolly, no discurso.

“Essa denúncia deve ser rejeitada, uma vez que o denunciado tem imunidade parlamentar. Obviamente, ela não é absoluta, mas não pode ser relativizada a ponto de suprimi-la. Em nenhum momento, o denunciado se referiu à vereadora Benny Briolly. Estava havendo apenas um embate ideológico. Não há como se cogitar crime de violência política de gênero, uma vez que não há qualquer encaixe para essa tipificação. A gente, no máximo, esbarraria em crime tipificado no Artigo 140 do Código Penal, uma ação privada, o que daí sobrevém a incompetência deste tribunal”, argumentou Barroso, sem convencer, contudo, a totalidade dos desembargadores, que votaram pelo acolhimento da denúncia. O TRE ainda não definiu a data para o julgamento do processo contra Amorim.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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