Polícia

Deputado Afonso Motta sai em defesa do chefe de gabinete, mas admite que pode desligá-lo

O deputado Afonso Motta (PDT) afirma que poderá desligar do seu gabinete o chefe de gabinete Lino Furtado, alvo da investigação da Polícia Federal sobre o suposto esquema de desvio de recursos de emendas parlamentares enviadas pelo deputado ao Hospital Ana Nery. “Provavelmente, é uma palavra dura, mas provavelmente vou desligá-lo do meu gabinete”, declarou Motta.

Mas o deputado também saiu em defesa de seu assessor que o acompanha há 15 anos. Motta disse que está nos autos um contrato de prestação de serviços entre o intermediário (da empresa) e o Ana Nery. Não tendo nada que envolva o gabinete, e o chefe de gabinete, com relação a esse processamento e a essa formalização. O parlamentar ainda enfatizou dizendo: “Eu não acredito (que ele está envolvido). Claro que a gente sempre tem que trabalhar com a reserva de fazer uma avaliação completa”.

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O deputado, que estava no RS quando a operação EmendaFest foi deflagrada, tão logo ficou sabendo dos fatos, viajou a Brasília e ainda no fim da tarde dessa quinta-feira, 13, se reuniu com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para discutir o impacto da investigação no cenário político.

O presidente da Casa teria prestado solidariedade, mas também teria demonstrado preocupação com os desdobramentos do caso, especialmente porque as emendas parlamentares são um tema central nas negociações entre o Congresso e o governo.

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Afonso Motta é citado no inquérito, mas não foi alvo dos mandados desta quinta. O gabinete de Motta no Congresso não foi alvo de buscas. A PF ainda investiga se ele tinha conhecimento ou participação no suposto esquema. Já o chefe de gabinete, Lino Furtado, não encontra-se detido, visto que há uma investigação corrente e não houve mandado de prisão.

Surgimento da investigação

A investigação surgiu por conta de outra apuração da Polícia Federal. Ela nasceu a partir da ação que envolve a compra de telas interativas para escolas. Clíver André Fiegenbaum, sócio-proprietário da empresa de Estrela (contrada pelo Ana Nery para fazer a captação de recursos), e diretor administrativo e financeiro da Metroplan é um dos envolvidos na Operação Rêmora, que buscou apurar no ano passado a possível prática de aquisição irregular de telas interativas pelo Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Taquari com recursos federais, via Fundeb.

Cliver era representante da empresa investigada, a Smart Tecnologia que era beneficiada nas licitações. E por conta da deflagração desta operação quando foram apreendidos os celulares dos envolvidos, foram então encontradas as conversas no celular de Fiegenbaum que continham contratos e diálogos em que o lobista tratava do desvio de emendas parlamentares.

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Mas a atuação duvidosa de Fiegenbaum não é de hoje. Em 2018, quando foi chefe de gabinete da Prefeitura de Estrela comandada na época por Carlos Rafael Mallmann, foi denunciado junto com o prefeito da cidade por desvio de dinheiro público para comprar um prêmio destinado aos melhores gestores municipais de 2015. Aliás, Mallmann é, atualmente, secretário de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Rio Grande do Sul, órgão ao qual a Metroplan, onde Fiegenbaum ocupava o cargo de diretor, está vinculado.

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Ricardo Gais

Natural de Quarta Linha Nova Baixa, interior de Santa Cruz do Sul, Ricardo Luís Gais tem 26 anos. Antes de trabalhar na cidade, ajudou na colheita do tabaco da família. Seu primeiro emprego foi como recepcionista no Soder Hotel (2016-2019). Depois atuou como repositor de supermercado no Super Alegria (2019-2020). Entrou no ramo da comunicação em 2020. Em 2021, recebeu o prêmio Adjori/RS de Jornalismo - Menção Honrosa terceiro lugar - na categoria reportagem. Desde março de 2023, atua como jornalista multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, em Santa Cruz. Ricardo concluiu o Ensino Médio na Escola Estadual Ernesto Alves de Oliveira (2016) e ingressou no curso de Jornalismo em 2017/02 na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Em 2022, migrou para o curso de Jornalismo EAD, no Centro Universitário Internacional (Uninter). A previsão de conclusão do curso é para o primeiro semestre de 2025.

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