A manhã dessa quarta-feira, 3, foi de debates e reflexão na Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul, por ocasião do II Simpósio Prevenção é a Solução. Promovido pela Comissão de Prevenção à Depressão e Drogas, da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), em conjunto com Assembleia Legislativa e Município de Santa Cruz do Sul, o encontro reuniu professores, estudantes e comunidade em geral.
O evento foi conduzido pelos integrantes da Comissão da Unale, deputados estaduais Elizandro Silva de Freitas Sabino, do Rio Grande do Sul, João Luiz Almeida da Silva, do Amazonas, e Alexandre Amaro, do Paraná. A prefeita Helena Hermany saudou a todos e elencou as iniciativas do Município em relação à prevenção ao suicídio e ao uso de drogas. “Em toda trajetória de minha vida pública, algo que aprendi é dar valor para a prevenção. Prevenção é solução sim, pois ela é mais barata e muito mais eficaz. E principalmente quando a gente fala no combate às drogas e ao suicídio, ela é fundamental para construir uma sociedade mais saudável e equilibrada, afirmou.
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Helena citou ainda as medidas preventivas realizadas pelo Município. Referindo-se aos estudantes, exemplificou. “Temos 14 projetos nos bairros de Santa Cruz, realizados no turno inverso ao da escola, e queremos fazer escola de turno integral, porque a criança que está solta na rua, ociosa, ela fica à mercê de adultos mal intencionados”, declarou. Como exemplo, ela mencionou o projeto de prevenção à violência Pacto Santa Cruz pela Paz, que tem como uma das ações o Todo Jovem Conta. “Esta iniciativa trabalha com dinâmicas da cultura da não violência e desenvolve habilidades socioemocionais de nossos alunos, e faz um acompanhamento pessoal com aqueles que dão sinais de que têm algum problema”, afirmou.
A programação contou com a fala da vereadora do município de Porto Alegre, psicóloga Tanise Sabino, presidente da Frente Parlamentar de Promoção à Saúde Mental. Ela se dirigiu aos alunos das escolas municipais de Santa Cruz, Santuário e Harmonia, presentes no evento. “Se quisermos ir mais longe, se quisermos ter mais habilidades e se quisermos um desenvolvimento pessoal e profissional, tudo isso passa pela formação, pelo estudo, que bom que vocês também estão aqui”, comentou.
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O tema suicídio, tabus e preconceitos norteou as primeiras explanações da psicóloga. “As pessoas comentam muito que não se pode falar sobre suicídio para não incentivar que outras pessoas façam o mesmo. Mas o suicídio só acontece quando a pessoa já tem uma pré-disposição, e estudos dizem que 90% dos casos de suicídio poderiam ter sido evitados, se tivessem falado sobre o assunto”, afirmou.
Ela trouxe ainda os números de casos de suicídio. Segundo ela, a cada 40 segundos, uma pessoa morre por suicídio no mundo, e a cada 45 minutos, uma pessoa morre pela mesma causa no Brasil. “São quase 2 mil pessoas que morrem por suicídio por dia no mundo. Acontece mais mortes por suicídio, do que por homicídio, acidente de transporte e por guerra”, disse.
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De acordo com ela, a morte por suicídio é mais frequente entre os jovens, de 15 a 29 anos. “As pesquisas também apontam que tem sido muito comum entre idosos”, disse. As mulheres, segundo ela, tentam mais vezes o suicídio, enquanto que os homens morrem três vezes mais pela mesma causa.
A palestrante também trouxe as situações de suicídio nas cidades. “Se a cada 100 mil habitantes ocorrer 10 suicídios, já é uma situação epidêmica”, disse. No mundo, de acordo com ela, a média de suicídios para cada 100 mil habitantes é de 10,5%. No Brasil, segundo ela, a média é de 6,14%. Já no Rio Grande do Sul, a média de casos é de 12,7, para cada 100 mil habitantes. “Nós gaúchos estamos em primeiro no ranking”, disse.
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Conforme a vereadora, a cidade com mais casos no Estado é Venâncio Aires, com 23,5%. “São várias as hipóteses que podem justificar que o Rio Grande do Sul apresente tantos casos. Pode ser o machismo, porque o suicídio acontece mais com os homens, porque eles têm mais dificuldade de buscar ajuda, e por outras motivações também. Mas é um problema sério de saúde pública”, constatou.
O assunto depressão também foi abordado por ela. No Brasil, 11,5 milhões de pessoas sofrem de depressão. No mundo, para cada homem, duas mulheres sofrem com a doença. “São pensamentos recorrentes sobre a morte, por isso muitas vezes o suicídio está relacionado com a depressão”, afirmou. “Hoje em dia tudo parece ser depressão, mas nem sempre é. No caso de dúvidas sobre os sintomas, a orientação é sempre procurar ajuda médica ou psicológica”, explicou.
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Na sequência, ela mencionou a autolesão e automutilação, muito presente entre os adolescentes. “É um fenômeno que tem acontecido muito entre os jovens, que é quando eles se machucam, muitas vezes com algo perfurante, e geralmente eles não fazem isso para buscar a morte”, explicou. Ela comentou ainda do porquê desse comportamento. “Sempre é um pedido de ajuda, porque o jovem prefere sentir uma dor física, do que sentir uma dor emocional”, comentou.
Outra palestrante presente no encontro, a psicóloga Marli Costa, falou sobre Problemas de Saúde e Sociais causados pelas drogas. No encerramento, o também psicólogo Luciano Santos compartilhou experiências na atuação como profissional da área.
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Presentes no encontro, estavam os estudantes de duas escolas do município. Cerca de 100 alunos dos anos finais das Emefs Santuário e Harmonia, instituições também trabalham o projeto Pacto pela Paz, prestigiaram o simpósio, acompanhados por professores. Com 14 anos de idade, a estudante da Emef Santuário, Alicia de Souza, estava feliz por estar em um evento sobre o tema. “Já tive períodos de depressão e é muito bom poder ouvir algo diferente sobre isso”, afirmou.
Já as alunas da Emef Harmonia, Gabrielli Soder dos Santos e Raíssa dos Santos, ambas de 14 anos, escreveram juntas, em um papel, o que acharam da palestra. “Foi muito importante para que nós, jovens, pudéssemos entender o quanto nossa vida tem valor e o quanto podemos ajudar nossos amigos quando estão com algum problema”, declararam.
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