Um casebre de madeira, desabitado, escondido em um beco aos fundos da Rua Professora Alice Simões Pires, próximo do arroio que faz a divisa do Bairro Santa Vitória com a zona industrial de Santa Cruz do Sul, escondia mais do que aparentava. Em uma operação na manhã dessa sexta-feira, por volta das 10 horas, três guarnições da Força Tática (FT) da Brigada Militar (BM) descobriram que o lugar funcionava como um dos principais depósitos da facção Os Manos na região.
Em uma incursão no local, os policiais apreenderam 46 tijolos de maconha, que totalizaram 30 quilos; 459 petecas de cocaína, que somadas chegaram a 255 gramas; e 87 buchas de maconha, que totalizaram 260 gramas. Também foram encontrados uma balança de precisão e uma maleta de arma de fogo. Ainda mais inusitado: oito coletes à prova de bala foram localizados.
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Destes, cinco eram fabricados em Israel, de alta performance e revestidos com placas de cerâmica, que resistem a tiros de fuzil e são usados em guerras. A Gazeta do Sul acompanhou a ofensiva com exclusividade. Conforme o sargento André Roberto Garcia, que coordenou as equipes no Santa Vitória, a FT tinha informações de que no bairro existia uma casa que servia como uma espécie de depósito para drogas.
“A gente não tinha certeza do local. Resolvemos reunir um efetivo para tentar encontrar. Fizemos incursões pelos becos e, ao final da rua, averiguamos que uma das casas, construída há pouco tempo, estava aberta e desabitada”, disse ele. De acordo com Garcia, na parte interna, foi verificado que havia um alçapão no assoalho. “Abrimos e nos deparamos com os coletes e uma quantidade de drogas. Em um porão, encontramos uma mochila com o restante dos entorpecentes.”
Os itens balísticos normalmente são usados por grupos criminosos para eventuais confrontos com quadrilhas rivais. “Até pra nós foi uma surpresa ter localizado esses coletes. Certamente eles são usados para vários fins, desde proteger o próprio grupo criminoso até serem alugados para outros bandidos ou mesmo utilizados em outros delitos”, salientou o sargento da Brigada Militar.
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O comandante do 23º Batalhão de Polícia Militar (23o BPM), major Cristiano Cuozzo Marconatto, detalhou à Gazeta a apuração do caso. “Essa ação é fruto de um trabalho permanente de monitoramento do tráfico de drogas em toda a área do 23o BPM, através de ações de inteligência e Força Tática. Há tempos estávamos monitorando essa área no bairro, onde uma facção criminosa atua”, comentou. Marconatto ainda explicou sobre os coletes balísticos apreendidos.
“Esse material em especifico tem capacidade para proteger de disparos de alguns calibres de fuzil. Poderia ser usado até para alguma ação criminosa, visando angariar recursos para o tráfico. Essa operação é fruto de um trabalho silencioso e permanente, e o resultado é esse duro golpe no tráfico de drogas de Santa Cruz, com mais uma das apreensões que entram pra história da crônica policial regional. Quem ganha com isso é a sociedade.”
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