Locomover-se, alimentar-se, comprar, procurar emprego, fazer pagamentos e se relacionar. Essas são apenas algumas funções possíveis para quem usa os aplicativos. No entanto, a utilização frequente, principalmente durante a pandemia, deixou as pessoas mais suscetíveis à invasão dos aparelhos móveis, vazamento de dados e golpes cometidos por hackers, que podem culminar até mesmo na retirada de dinheiro de contas correntes.
Recentemente uma questão no terreno virtual repercutiu no mundo inteiro: a China determinou que as lojas de apps retirassem das plataformas o aplicativo de viagens e carona Didi Chuxing. A empresa foi acusada de coletar ilegalmente dados pessoais e de armazenar em outro país. O aplicativo, que é responsável por 20 milhões de viagens por dia, passou a não aceitar novos usuários.
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O Didi Chuxing é um dos maiores aplicativos de carona do mundo. Ele praticamente monopoliza a indústria de caronas na China e possui informações valiosas sobre os hábitos de viagens das pessoas. A influência das gigantes da tecnologia, o uso dos dados de pessoas, as práticas anticompetitivas e o crescimento acelerado têm preocupado muito o governo chinês.
O vazamento de dados está longe de ser uma novidade no Brasil. De acordo com uma pesquisa realizada pela empresa de segurança mobile Zimperium, cerca de 18 mil aplicativos para Android e IOS estão expondo dados dos usuários em decorrência de problemas nas configurações de armazenamento na nuvem. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) surgiu com a proposta de apresentar normas que disciplinam a utilização de dados dos usuários.
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Com a LGPD, os termos de privacidade e segurança dos aplicativos precisam ser mais claros e objetivos. Estes precisam informar também se e quando alguma informação for utilizada para fins como: experiências personalizadas, anúncios etc. “Por exemplo, aplicativos de delivery utilizam a geolocalização de usuários; logo, ao requisitar essas informações o aplicativo deve sempre deixar claro o motivo. O mais importante é que o usuário entenda que ele tem direito de saber exatamente para qual fim seus dados estão sendo compartilhados”, explica Sylvia Bellio, especialista em infraestrutura de TI da itl.tech.
Fraudes, golpes e mau uso de dados podem ser punidos com sanções que escalonam de uma simples advertência até multas de R$ 50 milhões. “As medidas precisam ser efetivas e impactantes pois, somente desta forma conseguiremos uma maior escala de proteção dos dados da população contra fraudes e tantas outras ações ilegais que podem ser cometidas sem o conhecimento do usuário, mas com suas informações”, reforça a especialista.
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“Quem aplica esses golpes busca maneiras todos os dias para burlar os sistemas de segurança. As pessoas ficaram mais dependentes dos aplicativos desde o início da pandemia e os hackers viram aí uma grande oportunidade’, aponta Sylvia. Diante deste cenário, ela deixa uma alerta importante sobre como os usuários podem proteger mais seus dados. “É importante que as pessoas fiquem atentas e configurem seus aplicativos de tal forma que sejam habilitadas somente as informações necessárias durante o uso de cada ferramenta”, aponta Sylvia.
“Se você está utilizando um aplicativo voltado para a saúde, não há necessidade de liberar acesso aos seus contatos, certo? Trata-se de um ajuste que pode ser feito nas configurações de cada dispositivo. Habilite somente o necessário para o momento de uso. Certamente, irá proteger bem mais cada usuário”, explica a especialista.
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