O país mais poderoso do mundo, a maior democracia do mundo, os Estados Unidos vivem um momento crucial para a manutenção e fortalecimento deste modelo em que o poder está nas mãos do povo. Nesta terça-feira, 5, é dia de eleição para os norte-americanos, mas o mecanismo deles é tão diferente que já faz um bom tempo em que estão votando, por e-mail, pelos Correios e de todas as formas possíveis e imagináveis. O processo é muito diferente do nosso, mas a ideia é semelhante: não é possível abrir mão da democracia. Ela é inegociável.
A disputa é entre o republicano Donald Trump – bilionário envolvido em uma série de processos por questões financeiras e, por último, por tentar mudar o resultado da eleição passada, utilizando a sua influência – e a atual vice-presidente Kamala Harris, que é do Democratas. As chances são promissoras para ambos, pois a tendência é de que seja o resultado mais parelho da história. Indiferentemente de quem venha a vencer, o importante é que Trump esqueça a sua sanha de se perpetuar no poder a qualquer custo e entenda que aquela importante cadeira da Casa Branca é ocupada por decisão do povo. Também cabe à democrata perceber que não dá para continuar abraçada em Israel, sem avaliar a forma cruel como o país está tratando palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordândia, bem como os libaneses.
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Os cidadãos americanos, e por esse termo entende-se todas as pessoas do mundo que trabalham para fazer os Estados Unidos crescerem, devem estar certos de que, como canta Lernard Cohen, “Das guerras contra a desordem; das sirenes noite e dia; dos incêndios dos sem-teto; das cinzas dos alegres. A democracia está chegando aos Estados Unidos”. É isso e ponto. Não adianta fugir. “Escute o meu clamor, ó Pátria amada. É hora da luta sair do papel. Basta! É o grito que embala o povo”, sambaram os integrantes da Gaviões da Fiel, no samba-enredo de 2022. E não dá para dizer que os torcedores do Timão não conhecem sobre luta popular. Foi dentro do clube que surgiu a Democracia Corinthiana, um movimento que ia além das arquibancadas para fomentar essa ideia libertadora.
Na maluca forma de voto dos norte-americanos, na arquibancada do antigo Pacaembu, em São Paulo, na “Mesa de bar” do grupo Fundo de Quintal, que “É lugar para tudo que é papo da vida rolar; do futebol até a danada da tal da inflação; é coração fantasia e realidade”, o assunto deve ser apenas um: eleição é o ápice da democracia e quem define o resultado é o eleitor. “Mas eu não concordo”, pode alguém falar. Então, trabalhe mais por seu candidato na próxima e não ouse querer derrubar governo no grito.
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