A semiologia psiquiátrica é fundamental para fazermos um bom diagnóstico. Reconhecer as alterações das funções mentais contribui para definir o transtorno e o melhor tratamento. Dentre as várias funções mentais, é no pensamento que encontramos a mais preciosa atividade mental do ser humano. Não é à toa que daí vem a celebre frase “penso, logo existo”.
Infelizmente o pensamento do indivíduo pode estar adoecido. Alterações na função do pensamento são bastante comuns nos quadros psicóticos, principalmente na esquizofrenia, depressão psicótica e transtorno bipolar maníaco. A alteração de pensamento mais significativa é chamada de delírio.
Delírio é um estado de alteração mental que faz com que um indivíduo apresente uma visão distorcida da realidade. Isso pode ser demonstrado de diferentes formas, por meio de uma confusão mental, de uma redução da consciência e até mesmo de alucinações. Existem vários tipos de delírios, como os paranoides, megalomaníacos, somáticos, entre tantos. Mas desde a pandemia, um novo tipo de delírio foi observado: o delírio bolhoso.
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Existem pessoas que vivem numa realidade paralela, regozijando sua visão de mundo com outros delirantes que habitam bolhas de sofisticação com ideologias retrógradas e contaminadas por ressentimentos. Quando confrontados com a realidade, como todo delirante, apresentam mecanismos de defesa, como raiva, faniquito, ataques, cancelamentos e vitimismo. É bastante comum termos essas bolhas em univermelidades, nas redações militantes de alguns veículos de comunicação e na nata do funcionalismo público em todas as esferas.
O delirante bolhoso que hoje reclama da economia era o mesmo que defendia o “fica em casa, economia a gente vê depois”. O delirante bolhoso que hoje “defende” a democracia, não respeita a escolha democrática da maioria dos eleitores de 2018. Ataca todos os dias a Presidência da República e seu mandatário, interferindo na condução do Executivo. O delirante bolhoso apoiou fechamento de escola por dois anos e agora se indigna com a evasão escolar e taxas recordes de analfabetismo. O delirante bolhoso apoia Cuba e o socialismo, mas quando pode viajar, vai para os EUA/Europa e consome o que o capitalismo tem de melhor. O delirante bolhoso quer a volta de um descondenado por corrupção e lavagem de dinheiro para governar e combater a corrupção. E ainda acredita que ele é inocente. O portador de delírios bolhosos quer a volta do governo mais incompetente da história para “melhorar” a economia.
Sem ter uma séria anormalidade cognitiva, eu custo a acreditar que pessoas seriam capazes de ter uma visão de mundo tão distorcida e desconectada de quem vive no mundo real. Aquele mundo real de quem tem que trabalhar, produzir, criar filhos e não tem salário garantido ou privilégios estatais. Não pode ser somente cinismo e desfaçatez. Acredito que elas se deixam levar (ou criam) narrativas construídas para impor ideologias falidas que condenam vários países vizinhos à miséria, enquanto seus governantes/ditadores aproveitam uma vida de rico.
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A boa notícia é que delírios bolhosos têm tratamento. Pode ser doloroso lidar com a realidade e ver que a grande maioria das pessoas não quer hipocrisia do politicamente correto. O povo habitante do mundo real quer autenticidade e não gente fake.
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