Novos detalhes a respeito dos casos de desaparecimento solucionados pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Santa Cruz do Sul foram divulgados nessa sexta-feira, 29, em coletiva de imprensa no Centro Integrado de Segurança Pública, no Bairro Arroio Grande.
Na quinta-feira, a delegada Lisandra de Castro de Carvalho havia revelado à Gazeta do Sul que nove santa-cruzenses haviam sido encontrados nas operações batizadas de Localizar e Paradouro 27, realizadas em todo o Estado. Na coletiva, ela explicou as circunstâncias de dois desses casos, que acabaram exigindo uma investigação mais profunda por parte dos agentes.
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“Tínhamos ocorrências de jovens que haviam saído de casa, não retornaram e conseguimos encontrá-los. No entanto, nesses dois casos havia fatores de risco e acabamos mobilizando equipes de outros estados”, disse a delegada Lisandra. No primeiro, uma adolescente de 17 anos saiu da casa da mãe logo após o último Natal.
“Na investigação, descobrimos que ela havia conhecido uma mulher nas redes sociais, que era do Amazonas. Essa pessoa veio para cá, passou o Natal em um hotel e, no dia 28, as duas partiram de avião para o estado de origem dessa adulta, pois haviam iniciado um relacionamento”, afirmou a delegada. Dias depois, a jovem chegou a enviar uma mensagem para uma tia, dizendo que estava bem.
“Isso não bastava. Não tínhamos como ter certeza de que ela estava realmente a salvo. Tínhamos receio de que pudesse ter sido envolvida em redes de prostituição ou mantida em cárcere. Por isso, contatamos os colegas da Polícia Civil do Amazonas, que a localizaram na cidade de Humaitá.” Devido ao relacionamento, a adolescente preferiu ficar no Amazonas. A mãe, sabendo que ela estava bem, aceitou que ela ficasse lá.
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“Nesses casos, deu tudo certo”, diz delegada
Já o outro caso exigiu a quebra de sigilo telefônico no smartphone de uma jovem de 19 anos. “Recebemos essa ocorrência no dia 25 de maio, sobre essa mulher que teria ido trabalhar em Camboriú, Santa Catarina, na companhia de amigas. Desde o dia 21 não dava qualquer retorno para a família, nem por redes sociais, WhatsApp, ligação, nada. Foi um trabalho exaustivo até que conseguimos encontrar uma amiga dela, que acabou voltando para Santa Cruz e nos disse onde ela poderia ter ficado.”
Como o outro caso, a Deam pediu auxílio para colegas de outro estado e conseguiu localizar a desaparecida na cidade de Tijucas, onde estava residindo na casa de uma conhecida. “Apenas na quinta-feira eu fiquei aliviada, quando conseguimos fazer uma chamada de vídeo com ela. A jovem disse que o celular estava estragado e não tinha conseguido arrumar, por isso não havia feito contato. Vimos que ela estava bem, identificamos as pessoas que estavam com ela e colocamos a delegacia à disposição.”
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Essa mulher, a exemplo do outro caso, também preferiu ficar onde estava a retornar a Santa Cruz neste momento. “Nesse caso, a mãe sabia que ela tinha ido. O desaparecimento foi lá. Mas tínhamos a mãe aqui, aflita. Por isso, fomos atrás e felizmente o desfecho foi positivo.” Lisandra lembrou outros casos que tiveram finais trágicos. “Não sabíamos o que iríamos encontrar. Já localizamos vítimas em situação de abuso sexual, ou mesmo cadáveres, a partir de desaparecimentos. Por isso, tudo é analisado com muita cautela por nossa equipe. Felizmente, nesses casos, deu tudo certo.”
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