Com fome de medalhas e o stock na bagagem. Dessa forma a equipe santa-cruzense de eisstocksport prepara-se para o Campeonato Mundial da modalidade, que ocorrerá de 3 a 14 de março em Regen, na Alemanha. Parte da delegação de 22 pessoas que irá representar o Brasil na competição já embarca no próximo dia 21, enquanto o restante do grupo segue no dia 29 ao país europeu.
Na manhã do último sábado, 8, os atletas, equipe técnica e diretoria realizaram um encontro no Centro Cultural 25 de Julho para debater assuntos referentes à competição e fazer as fotos oficiais da equipe. Conforme o presidente da Federação Gaúcha Desportiva de Eisstocksport (FGDE), Sérgio Böhm, a expectativa é grande para a disputa do certame internacional. “O grupo está se preparando há meses, com treinamentos intensivos e praticamente diários para representar bem o Brasil em Regen”, frisa.
Os atletas irão enfrentar outros 30 países no Mundial. A delegação de Santa Cruz, que conta em seu grupo com a atleta Ana Carolina Weber, de Lajeado, buscará medalhas nas categorias sub16, sub-23 – ambas com competidores mistos –, adulta masculina e adulta feminina.
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A aprovação de um projeto denominado Semente Olímpica – Eisstocksport foi publicada no Diário Oficial do Estado em 13 de dezembro. Os valores captados contemplarão a equipe de juniores do Brasil no Mundial. “É uma verba que será patrocinada pela Xuk Bebidas, e é a primeira vez que uma equipe nossa viaja com esses gastos amenizados, que antes eram custeados somente de forma própria”, afirma Sérgio Böhm.
Os desafios na adaptação da modalidade
Com exceção do stock, nenhum outro equipamento esportivo poderá ser levado pelos santacruzenses à competição. O Brasil é um dos poucos países participantes do Mundial que não possui pistas de gelo para jogar o eisstocksport.
Um dos desafios para a delegação local será a adaptação ao solo na Alemanha – nos treinamentos feitos no 25 de Julho, a pista é de concreto. “Lá o material é diferente, o piso é de gelo e jogamos com quase 40 graus. Para conservar a pista, eles mantêm a temperatura do ginásio em menos 10 graus, então o corpo precisa se adaptar e criar resistência”, ressalta Sérgio Böhm. Mesmo diante dos obstáculos, a expectativa de uma boa participação no Mundial é grande.
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“A cada campeonato, melhoramos e vamos adquirindo experiência. Queremos fazer outra participação exitosa e, quem sabe, gloriosa, trazendo alguma medalha para o Brasil.” Segundo Böhm, diretores do Comitê Olímpico Internacional (COI) estarão em Regen para observar a competição, a fim de analisar a possibilidade de incluí-la nos Jogos Olímpicos de Inverno.
“A Federação Internacional de Eisstocksport trabalha intensamente para preencher todos os requisitos que o COI requer para torná-lo um esporte olímpico. Que o Mundial sirva como um incentivo para os diretores internacionais aceitarem a nossa modalidade.” Sérgio lembra que se a modalidade for aceita, passará a valer somente nos Jogos Olímpicos de 2026, que serão disputados na Itália.
Aniversário será comemorado na Europa
Às vésperas do Mundial de Eisstocksport, a santa-cruzense Milene Theisen vive uma expectativa em dose dupla. Além de participar pela primeira vez de um torneio internacional representando o Brasil, ela completará 16 anos no dia 9 de março, em solo alemão, quando estará competindo junto à equipe sub-16 da delegação santa-cruzense.
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“A ansiedade é muito grande. É uma responsabilidade e, por mais que estejamos no início da carreira, sentimos a pressão por representar nosso País e conseguir um bom resultado em Regen”, afirma a jovem, que começou a praticar o esporte aos 13 anos. “Minha família é ligada ao Centro Cultural 25 de Julho, e eu participo de outras atividades, como a dança. Comecei a praticar o eisstocksport em 2018e gostei.”
Sobre o aniversário, Milene conta que já existe uma programação prévia para brindar mais um ano de vida. “Queremos comprar um bolo na Alemanha para comemorarmos o meu aniversário, mas sem desfocar da competição”, avisa a atleta.
Como é o jogo?
O esporte lembra a bocha. A pista tem 30 metros de comprimento por três de largura. Em partida de duas equipes com quatro atletas cada uma, os jogadores arremessam com as mãos o stock (equipamento que consiste em um cabo acoplado a uma base, que pode ser trocada de acordo com o piso) para chegar o mais próximo possível da daube (pequeno disco de borracha móvel). Quanto mais perto do objeto o atleta conseguir colocar o seu stock, mais pontos vai ganhar para a equipe.
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