Há poucos dias, o supermercado tinha banana a quase R$ 10,00. Em outra placa, o choque ao ver a laranja de suco custando R$ 6,00. Semanas antes a batata, aquela que não pode faltar na maionese do domingo de Páscoa, estava por R$ 9,00. Nem vamos falar da carne para o churrasco, dos ovos e do tomate, que também deixam qualquer cidadão em choque na hora das compras.
Justificativas para o aumento de preços não faltam. É a chuva que devastou lavouras, o sol que deixou a terra seca ou o frete que ficou mais caro porque os combustíveis foram reajustados na refinaria. Todas elas têm um porquê e encontram explicação nas análises de mercado. É o tal custo de vida.
Para o consumidor comum nem sempre é fácil entender, sequer achar que tudo é natural e está tudo bem. Afinal, a renda anda em descompasso com a variação do preço de itens básicos para se viver. Imagina quando entram na lista produtos que não são assim tão fundamentais, como o chocolate que o filho pede na hora de passar no caixa do supermercado?
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Nos últimos dias, os gaúchos viveram sob a tensão de que começariam abril pagando ainda mais pelos produtos da cesta básica. Estava confirmado que na virada do mês haveria reajuste na maioria dos itens em razão do aumento do ICMS estabelecido em decreto pelo governador Eduardo Leite. Houve, naturalmente, uma mobilização de todos os lados: de quem compra e de quem vende. Pelo menos 26 entidades assinaram o manifesto “Não ao aumento; sim ao alimento”, que segue visível nos corredores de supermercados.
Não vamos falar em sensibilidade por parte do dirigente gaúcho, porque bem sabemos que nem sempre é isso que está em jogo nas decisões políticas, mas na quinta-feira, em clima de Semana Santa, os decretos que aumentariam os preços foram adiados por 30 dias. Adiados, não revogados. Nesse período haverá uma tentativa de aprovar na Assembleia Legislativa uma matéria que mexe com a alíquota básica do imposto, quase como ocorreu no final do ano passado, mas que acabou sendo retirada de votação depois de muitas pressões contrárias.
A pergunta que fica é: e se a mudança no ICMS não obtiver o aval dos deputados e sair da pauta como da vez anterior? Voltaremos a viver sob o risco de elevação da cesta básica como forma de compensar as perdas na arrecadação do Piratini? Em poucas semanas saberemos a resposta. Mesmo com o alívio momentâneo, segue confirmada para segunda-feira às 15 horas a mobilização preparada por dirigentes empresariais e federações na frente da sede do governo, na Capital.
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Por enquanto, os consumidores vão ter que digerir apenas o inevitável reajuste de 4,5% dos medicamentos, que passa a valer neste final de semana.
LEIA TEXTOS DO ‘FORA DE PAUTA’
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