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SANTANA DA BOA VISTA

“Deixou um rastro de terror”, diz Menezes sobre assaltante morto em ataque a banco

Foto: Cristiano Silva

Menezes mostra antecedentes de Véio

Terminou na porta giratória da agência do Banrisul em Santana da Boa Vista a vida de crimes de um dos principais assaltantes da região. Marco Antônio de Carvalho, de 47 anos, conhecido no submundo do crime pelos apelidos de Véio ou Boca Braba, foi morto com um tiro disparado por um policial da Brigada Militar, que tentava conter a quadrilha responsável pelo ataque ao banco na tarde de sexta-feira, na cidade situada na região Sudeste do Estado, a cerca de 230 quilômetros de Santa Cruz do Sul.

Os quatro assaltantes, usando armas como fuzil T4 calibre 556 e espingarda calibre 12, levaram uma quantia não revelada do local e fizeram um cordão humano com reféns, para se protegerem da reação policial. Houve tiroteio intenso, que deixou vidros de casas vizinhas à agência quebrados. Nenhum policial militar foi ferido no confronto. O mesmo PM que disparou contra Véio atingiu ainda um outro assaltante, na barriga, mas este foi arrastado pelos comparsas para uma caminhonete Fiat Toro preta, usada na fuga.

Marco Antônio de Carvalho, morto no ataque, é conhecido nos meios policiais. Em entrevista exclusiva à Gazeta do Sul nessa segunda-feira, 11, o delegado regional Luciano Menezes revelou que o homem, santa-cruzense e ex-morador do Bairro Progresso, é um dos integrantes do bando que agiu no latrocínio ocorrido em 13 de fevereiro em Linha Eugênia, lugarejo que fica na divisa entre Santa Cruz e Venâncio Aires, a cerca de 3 quilômetros do distrito de Monte Alverne.

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Naquela noite, durante a tentativa de roubo a um armazém, dois homens armados e encapuzados assassinaram Silvio Aloísio Soder, de 64 anos, o Tuti, e deixaram ferido o irmão dele, Silvério Wagner, de 62 anos. “O Marco Antônio deixou um rastro de terror e sangue por onde passou. Era extremamente agressivo e violento. Uma pessoa de uma índole ruim, que se tivesse que matar, matava e saía tranquilo”, contou Menezes.

O delegado regional lembrou um dos crimes mais emblemáticos cometidos por Véio. Em 9 de maio de 2003, ele foi o autor dos disparos que deixaram paraplégico o empresário Osmar José Dalla Valle Zucchetto, dono de uma metalúrgica no Bairro Arroio Grande. “Eu conduzi esse inquérito. Ele foi indiciado e condenado por esse crime. Foi comprovada a participação dele também na morte do senhor em Linha Eugênia no início deste ano e no assalto a um mercado em Pinheiral, em 23 de julho do ano passado, quando uma mulher de 34 anos, que atendia no local, foi baleada.”

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O delegado ainda faz uma análise em relação aos assaltantes que causavam perigo na região e foram caindo ao longo dos anos. “Esses indivíduos que incomodavam muito, com assaltos e violência, foram morrendo aos poucos. O Rato, que participou do assalto à Proforte, morreu com um tiro na cabeça. Roquezinho caiu também. O Laerte foi outro que morreu com um tiro, assim como o Beiço. Essa safra dos ladrões das antigas, organizados em cometer o crime e fugir, está indo embora. O Marco Antônio era um dos últimos que estavam na ativa”, salientou Menezes.

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Véio quase foi pego há um mês, em Venâncio

Véio estava há mais de um ano foragido. Seus últimos passos, monitorados por tornozeleira eletrônica, datam de 3 de janeiro de 2021. Depois ele rompeu o equipamento e, desde então, nunca mais foi encontrado. Nessa data, o acusado e outros bandidos invadiram uma residência de Cerro Alegre Baixo, em Santa Cruz, e levaram dinheiro, celulares e uma Volkswagen Saveiro.

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Conforme o delegado Luciano Menezes, são incontáveis antecedentes na ficha policial de Marco Antônio, que vão desde furtos qualificados e assaltos a uma passagem no mundo do tráfico de drogas. Começou na vida de crimes em 1996, aos 22 anos. Em 1999, roubou uma agência de turismo na Galeria Farah e levou R$ 4.550,00 e US$ 1,5 mil. Na fuga, a Brigada Militar interceptou o ônibus onde Véio estava e ele foi preso pela primeira vez em flagrante.

Em 2003, além do assalto à Metalúrgica Zuchetto, roubou uma pizzaria no Distrito Industrial, em crime que também causou repercussão. Depois de anos preso, voltou a cometer delitos graves, como um roubo de malote em 2018, em Cachoeira do Sul.

Chegou a ser condenado a 24 anos de prisão pelo crime na metalúrgica e a uma prisão por tráfico, em Candelária. Em sua ficha, ainda há registros de delitos em Sobradinho e Passa Sete. “É um cara que deu muito problema. A vida dele foi no mundo do crime. Depois de maduro, chegou a entrar no tráfico, mas quando rompeu a tornozeleira resolveu voltar para os assaltos, muito provavelmente porque outros traficantes dominavam as ações no Bairro Progresso. E como ele queria fazer dinheiro rápido, seguiu cometendo roubos na nossa região e no Centro-Serra.”

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Por uma questão de minutos, Véio e seu bando não foram presos pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) no último dia 17 de março, na chamada operação Carga Segura, em um sítio localizado em Linha Campo Grande, interior de Venâncio Aires. A investigação era relacionada a roubo de carga de tabaco. “Naquele dia, não pudemos revelar. Mas com a sua morte, hoje confirmo que o chefe do bando que agia na região era o Marco Antônio. Escapou de tantas, cumpriu tantos anos de pena, e foi morrer com um tiro na cabeça, de uma maneira patética, em Santana da Boa Vista”, analisou Luciano Menezes.

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Mais dois da região

A Brigada Militar informou na noite dessa segunda-feira que as buscas aos criminosos que atacaram a agência bancária em Santana da Boa Vista, na última sexta-feira, continuam em Encruzilhada do Sul e outros municípios do Vale do Rio Pardo.

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Sobre os assaltantes que ainda não foram presos, o delegado Luciano Menezes revela que a Polícia Civil de Santa Cruz do Sul já tem a identificação de dois deles. Um também é santa-cruzense e morador do Bairro Progresso. Atualmente, encontra-se na condição de foragido. O outro é morador do interior de Venâncio Aires. Por enquanto, o delegado regional prefere manter os nomes deles em sigilo.

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