Contrário ao egoísmo que caracteriza os tempos atuais, cresce a quantidade de voluntários atuando de maneira humanitária nos mais diversos segmentos de atividade.
Trata-se de uma legião que cansou de esperar pelas “autoridades competentes” – expressão surrada e que, neste caso, não corresponde à realidade. Também desistiram de reclamar contra a ineficiência daqueles que deveriam encontrar soluções eficientes, perenes. Diferente de tantas pessoas, os voluntários não buscam manchetes ou caçam likes e curtidas ou mesmo notoriedade. Também não empregam demagogia para propagandear seus feitos, sequer fazem da ostentação ofício de vida.
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Voluntariado é uma relação humana que consiste no exercício de um trabalho não remunerado, realizado com o objetivo de colaborar com a comunidade, e com as pessoas que a compõem. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), “o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido ao seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem-estar social ou outros campos”.
É comum vermos mobilizações em épocas específicas que reúnem muitas pessoas. Isso acontece com ênfase na Páscoa e nas festas de final de ano. Nessas datas, o espírito solidário se apodera das pessoas que se lembram dos que mais precisam. É comum ver-se vaquinhas e lista de presentes para trabalhadores mais humildes. Passadas as datas, no entanto, há um arrefecimento dessas atividades, voltando-se à condição de penúria de milhões.
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Nos últimos anos nota-se um comprometimento cada vez maior de cidadãos, empresas, instituições públicas e privadas. O “balanço social” é atividade formal a cada final de exercício. O fenômeno da pandemia, que assolou o mundo em 2020 e 2021, quebrando milhões de empresas e dizimando empregos, fez a Covid turbinar a pobreza, escancarar a miséria e tornar pública a situação sub-humana de milhões de brasileiros.
Os auxílios pagos ao longo da pandemia foram fundamentais para a sobrevivência de uma legião que passa dificuldades, mas estão longe de ser solução definitiva. Tornaram-se instrumento demagógico de governantes que não querem solução definitiva. Manter os miseráveis dependentes é o segredo de falsos líderes.
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Indiferentes à ação oficial, voluntários saem de casa em vários dias. Mobilizam suas redes sociais para arrecadar comida, mantimentos, roupas, medicamentos, empregos, material de construção e até vagas em escolas. A networking – a moderna agenda de nomes e contatos amigos – serve para ajudar e não ostentar nas redes. Esse é o caminho de pessoas que deitam e dormem sem problemas de consciência.
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