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Debutantes depois dos 15: conheça a história de jovens que tiveram o sonho adiado pela pandemia

Que a pandemia causou efeitos irreversíveis na humanidade, todos sabemos. Foram diversas as mudanças no mundo inteiro, em diferentes áreas, como na saúde, educação, no meio ambiente e comércio. O setor dos eventos também foi muito afetado, sendo um dos que mais sentiram os impactos negativos. Afinal, as restrições de distanciamento impossibilitaram, por muito tempo, a realização de festas.

Agora, com o retorno total das festividades, as coisas começam a voltar ao que muitos chamam de “novo normal”. Uma dessas mudanças de comportamento foi registrada nos tradicionais aniversários de 15 anos. Quem poderia imaginar que haveria meninas de 17 anos comemorando a chegada dos 15? É o que está acontecendo com algumas aniversariantes.

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Nicoli e a festa dos “15+2”

Por mais confuso que possa parecer, Nicoli Iser vai comemorar os 15 anos no dia 9 de julho – três dias antes de completar, oficialmente, 17. Por praticidade, já modificou o convite inserindo um “15+2”. Afinal, foram dois anos de espera pela comemoração. A tão aguardada festa será no Salão Rosa do Clube União. “Sempre foi meu sonho, desde pequena. Chegou 2019 e a gente começou a se preparar, ver fotógrafo, decoração, vestido”, relembra a jovem. “Estava praticamente tudo pronto, mas chegou 2020 e iniciou a pandemia. Aceitamos aquela pausa, mas sempre pensando que a festa iria acontecer.”

Nicoli Iser ainda fez ensaio fotográfico comemorativo pelos seus 15 anos em 2020

Era para o evento ter ocorrido em 12 de julho de 2020, exatamente no dia em que Nicoli completaria 15 anos. Depois, a festa chegou a ser remarcada para outubro do mesmo ano, mas sem o devido abrandamento da pandemia, não teve outro jeito a não ser esperar ainda mais. “Fiquei muito triste, até falei para a minha mãe não brigar comigo. Mas eu tive uma festa surpresa e até ganhei meu anel de 15 anos.” A festa de Nicoli será bem nos moldes tradicionais, com valsa e troca de sapato. “Na verdade, é um sonho nosso também, estamos sonhando junto com ela e toda a família também está”, comenta o pai de Nicoli, Paulo Iser. “Imagina, são anos de pandemia, ninguém podendo se visitar, todo mundo retraído. Então, essa será a festa do ano, para reunir toda família. E está todo mundo ansiosíssimo, é uma expectativa.”

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A jovem conta ainda que não foi apenas ela que optou por retardar a comemoração. “Ano passado uma amiga decidiu fazer o ‘15+1’, mas a gente preferiu dar uma esperada”, acrescenta. Mesmo com dois anos de espera, Nicoli continuou com os mesmos gostos e diz que preferiu manter tudo como foi planejado para 2020. “Até a música que eu escolhi para entrar, hoje, faz mais sentido do que antes”, completa Nicoli.

Mercado se recupera, mas com mudanças

Manuela Kappel Weigel, proprietária da Donna da Noite, empresa de organização de eventos e festas em geral, começou a atuar no ramo em 2022. A empresária conta que esperou dois anos para abrir a empresa, justamente por causa da pandemia. “Esperei aquele que, na minha opinião, seria o momento certo. Agora as pessoas estão pensando em fazer eventos maiores novamente. Foram dois anos de estudo, fazendo contatos, criando ideias, plantando para colher daqui a um tempo, porque é um mercado que ainda está tentando se recuperar”, comenta.

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As festas de aniversário que estão ocorrendo um ou dois anos depois da verdadeira data comemorativa são também resultado de negociações entre os clientes e empresas. “As pessoas se organizaram, pagaram os eventos e acabou que eles não aconteceram por causa da pandemia. Estão naquela situação de que pagaram pelo serviço e agora optaram por fazer de uma maneira diferente”, cita Manuela.

De acordo com a empresária, é possível perceber uma mudança de comportamento nos clientes, que estão mais comedidos. “As pessoas estão vindo mais com aquela questão de insegurança. Estão todos com vontade de retomar, de começar a sair, a gente pode ver que as baladas estão começando a encher, mas eu vejo que as pessoas ainda estão mais ponderadas e um pouco mais controladas financeiramente”, observa. Outra mudança de comportamento, para Manuela, é a adesão a festas mais particulares, familiares e menos formais.

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Sem arrependimentos

Quando Eduarda Lemes, de 17 anos, começou a organizar a grande festa, em 2019, ainda tinha 14 anos. Porém, somente com 16, em 2021, pôde finalmente comemorar. “A data da festa era dia 18 de abril de 2020, mas tudo fechou exatamente um mês antes por causa da pandemia. Então, teria que aguentar mais um tempo para a festa e deixamos pré-reservado para dezembro”, recorda.

No entanto, ainda não foi possível realizar o evento em dezembro de 2020. Assim, a festa foi remarcada para 30 de outubro de 2021. “Como eu estava muito ansiosa e faltavam poucos dias, quando tive que adiar fiquei bastante chateada, mas não queria desistir. A festa era uma coisa que eu e minha mãe queríamos muito, e foi algo pensado para ser muito aproveitado”, relata Eduarda.

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Ela também conta que a decisão foi de manter a comemoração da mesma maneira escolhida desde o início dos preparativos, lá em 2019. “Não mudei praticamente nada e não quis colocar o nome de 15+1. A festa foi melhor do que seria no ano ‘certo’, passou tudo muito rápido e cada minuto foi aproveitado da melhor forma. Minha família e meus amigos gostaram muito e não me arrependo de ter esperado pela pandemia.”

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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