Enquanto o governo ainda busca uma fórmula para propor mudanças nas regras da Previdência, o tema enfrenta resistência de movimentos sociais e do próprio PT. Com divergências internas sobre o assunto, o diretório nacional do partido vai se reunir na próxima sexta-feira, 26, no Rio de Janeiro, para tentar unificar posição.
O impasse dentro do PT irritou integrantes da base aliada na Câmara. O vice-líder do governo, Silvio Costa (PSC-PE), defensor da reforma da Previdência, cobrou apoio. Costa e outras lideranças governistas têm ouvido apelos sistemáticos da presidente Dilma Rousseff, nas reuniões semanais no Palácio do Planalto, para que trabalhem pela viabilização da proposta que ainda não está concluída.
“O PT sabe que a reforma da Previdência é numa visão de futuro, e que não vamos mexer em direitos adquiridos do trabalhador”, disse Costa. O pernambucano já mantém conversas com outros parlamentares em busca de mais apoio, inclusive de partidos de oposição. Segundo ele, até o PSDB, que é um dos opositores mais representativos do governo, sinalizou disposição em votar a matéria, desde que o PT feche questão a favor da reforma.
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Mesmo com o esforço mantido pela equipe de Dilma, o apoio das bancadas ainda não se efetivou. Na última semana, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, tentou convencer a bancada do PT no Senado, em uma reunião para tratar especificamente do tema. Depois, na última sexta-feira (19), o senador Jorge Viana (PT-AC) usou o plenário para desencorajar o Planalto a encabeçar a proposta e evitar um desgaste.
“É para atender a uma expectativa do mercado, porque a proposta que estão querendo fazer, de Previdência, é para entrar em vigor daqui a dez anos. Poderíamos ter feito há dez anos, há 20 anos, e devemos fazer, mas a reforma não vai mudar nada imediatamente”, afirmou.
Mas o recado de Dilma tem se intensificado, e o Planalto não pretende voltar atrás. Desde janeiro, a presidente deixou claro que o país vai ter que “encarar” a reforma. Um dos pontos polêmicos é o que trata da idade mínima para a aposentadoria.
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Durante o Fórum de Debates sobre Políticas de Trabalho, Emprego, Renda e Previdência Social, o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, tentou minimizar as críticas de parlamentares e movimentos sociais e reforçou que todas as correntes serão ouvidas antes da elaboração do texto final da proposta de reforma. Segundo Rossetto, o governo ainda não tem uma posição fechada sobre a matéria que terá que ser submetida à votação no Congresso Nacional.
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