Uma tradição praticamente extinta é a da circulação de verdureiros pelas ruas da cidade. Hoje, os raros que ainda atuam já não andam mais de carroça ou de charrete como ocorria no passado.

Em Santa Cruz do Sul, a maioria dos ambulantes vinha de Linha João Alves. Desciam de manhã cedo pela Rua João Werlang e, na esquina da Gaspar Silveira Martins e Thomaz Flores, seguiam os roteiros de visitas aos clientes. Os primeiros deslocavam-se para a região do estádio do FC Santa Cruz e os outros dispersavam-se pela área mais central. Alguns provenientes da Picada Velha (Linha Santa Cruz) priorizavam os moradores da Coronel Jost, Três Barulhos (Bairro Santo Inácio) e adjacências.

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As carroças vinham abarrotadas de verduras e legumes, sempre fresquinhos e de qualidade. Também havia frutas da época, com um detalhe: o que hoje é comercializado por quilo, no passado era vendido por unidade (moranga), cento (laranjas e bergamotas) ou dúzia (bananas).

Os verdureiros ainda vendiam leite, nata, manteiga, schimier, banha, morcilha, criba, linguiça e até carne de porco. Geralmente nas sextas-feiras, por encomenda, traziam galinhas vivas, que as famílias abatiam para o almoço dominical. Ovos também eram oferecidos, enrolados em palha de milho para não quebrarem na viagem. 

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Na maioria dos quarteirões, ocorriam duas paradas. As donas de casa, então, corriam para escolher o que pretendiam cozinhar. Elas se reuniam em volta da carroça e, como todas se conheciam, já aproveitavam para botar as novidades em dia.

A partir do final dos anos 60, com a proibição da venda de aves e de derivados de bovinos e suínos, e com a mudança dos hábitos dos consumidores, que passaram a comprar de tudo nos mercados, a circulação dos ambulantes caiu muito. Nos bairros ainda existem alguns, que circulam de pick-up e Kombi.

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