Apesar dos esforços de diversas entidades de Santa Cruz do Sul, histórias de abandono de animais são frequentes. Uma delas foi parar nas páginas da Gazeta do Sul em setembro do ano passado, na coluna quinzenal da jornalista Rose Romero. No texto intitulado “Ninguém quer o Nelson”, ela narrou a história de um gato preto que apareceu no condomínio onde mora.
A presença do novo inquilino chamou a atenção de um grupo de moradoras, que o levaram a uma clínica veterinária para testá-lo e, mais tarde, castrá-lo. Lá, foram informadas do resultado positivo para leucemia felina – FeLV.
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Diante do diagnóstico, o bichano não poderia dividir um ambiente com gatos saudáveis. Esse fator impediu Rose – que abriga em seu lar cinco felinos e um cachorro – de adotá-lo. Contudo, ele já havia resolvido ficar na frente da residência da jornalista. “Ele não se deu por vencido. Ficava lá fora, na porta”, recorda.
O tempo foi passando e Rose recorreu às redes sociais para encontrar um lar para o bichano. No entanto, não houve interessados. A experiência frustrante a motivou a escrever o texto. “Eu me senti mal enquanto procurava um tutor. Queria muito ficar com ele, mas não adiantava mantê-lo na rua”, afirma.
O grupo Salve Um Gatinho somou esforços. Durante uma viagem ao Chile, em janeiro deste ano, Rose visitou um templo dedicado a São Francisco e, após ser informada que deveria fazer um pedido ao entrar na igreja pela primeira vez, pensou no Nelson. Dias depois, foi informada que ele finalmente havia sido adotado.
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Desde o dia 8 de janeiro, a psicóloga Letícia Rauber, 27 anos, virou a tutora do gato preto, batizado de Balthazar. O novo nome foi para combinar com o do seu outro gato, Bartholomeu, também positivado para FeLV. Dois meses antes, já pensava em adotar mais um felino, até que viu as postagens de Nelson nas redes. Após uma entrevista, conseguiu levá-lo para o lar.
“É um gato muito tranquilo, adora brincar. Só preciso cuidar com a comida, é um glutão. Senão, ele come a comida do Bartholomeu”, relata. A dupla é assintomática e está bem saudável. Fora o medicamento para Bartholomeu, a rotina é como de um felino normal, com idas de rotina ao veterinário.
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Para a psicóloga, é importante desmistificar a ideia de que o vírus é uma sentença de morte. E, mesmo que a duração de vida seja menor, eles merecem uma chance de ter um lar. “Talvez o maior risco seja emocional, pois perder um bichinho dói muito, mas se dói é porque teve amor. Para mim, é um risco que vale a pena.”
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Em busca de um lar
Conheça os gatos positivos para FeLV disponíveis para adoção pelo grupo Salve um Gatinho:
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Felipe – Um gatinho adulto jovem muito dócil, resgatado no dia 6 de novembro com um ferimento profundo na pata esquerda. Foi tratado e castrado. Diagnosticado com a leucemia felina.
Pingo – Filhote de três meses, foi levado para consulta pela antiga tutora após ser atacado por um cachorro, ficando paraplégico. Diagnosticado com fratura na coluna e FeLV, a antiga dona havia optado pela eutanásia, alegando que não tinha condições de cuidar dele. No entanto, foi resgatado pelo grupo e está disponível para adoção desde o dia 26 de janeiro.
Greta – Vivia com um grupo de moradores de rua que a alimentava, mas estava em situação de risco por estar sempre atravessando uma rua movimentada. Foi resgatada grávida em novembro de 2020 e hoje é a fêmea há mais tempo no lar temporário. Teve dois filhotes, um morreu poucos dias depois do parto. A outra sobreviveu e foi adotada. Greta está castrada. Além de testar positivo para FeLV, teve esporotricose, tendo sido tratada por um longo período.
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Vitória Régia – Resgatada em um galpão no interior de Santa Cruz do Sul em setembro do ano passado. Havia dado à luz três
filhotes, mas acabaram morrendo.
Diagnosticada com FeLV. Foi castrada.
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