Santa Cruz do Sul

De forma voluntária, morador de Santa Cruz restaura instrumentos após a enchente

Aos 53 anos, Drury’s Pedroso é um dos nomes mais conhecidos do cenário musical de Santa Cruz do Sul e região. Além das apresentações nos palcos, ele se destaca na restauração de violões, guitarras e outros tantos instrumentos. Com as enchentes, decidiu ajudar os colegas de profissão que foram afetados. “Para quem perdeu tudo com a enchente, estou realizando restaurações de forma voluntária”, afirma, destacando a importância de preservar não apenas os objetos, mas também as histórias e memórias que eles carregam.

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Desde a tragédia, o luthier que mora em Santa Cruz do Sul tem recebido uma quantidade significativa de peças para reparo. Muitas vêm de cidades como Canoas e Porto Alegre, umas das regiões mais afetadas. “Deixo todos secarem naturalmente, pois sei que o uso de secadores ou exposição ao sol pode danificá-los ainda mais”, explica. A solidariedade é algo que acompanha a vida de Drury’s, que cresceu em uma família dedicada a apoiar os outros. “Há anos ajudo músicos de Santa Cruz, e agora estou expandindo isso para outras regiões.”

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Até o momento, cerca de 20 instrumentos foram restaurados, provenientes de cidades da região como Santa Cruz (Bairro Várzea e Rio Pardinho), Candelária, Agudo, Sinimbu e Cachoeira do Sul, além de itens de igrejas locais que foram danificados durante a inundação. Em meio ao serviço, o profissional fala dos desafios enfrentados durante o processo de restauração, como quando recebeu um violão muito danificado que, inicialmente, parecia irreparável. “Muitos instrumentos chegaram completamente encharcados, cobertos de lama e até quebrados.”

O luthier não tem um prazo definido para completar o trabalho voluntário. Ele conta com a ajuda de um funcionário para realizar as restaurações à noite e nos fins de semana. “Durante a semana, tenho outras obrigações, mas dedico meu tempo livre para essa causa”, afirma. Recentemente, teve a oportunidade de restaurar instrumentos de renomadas bandas locais, como Clave de Prata e Tchê Guri. De bandas e músicos que têm condições financeiras, o trabalho é cobrado. “O valor recebido pelo serviço pago é reinvestido no conserto dos instrumentos que estão sendo restaurados voluntariamente.”

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Ricardo Gais

Natural de Quarta Linha Nova Baixa, interior de Santa Cruz do Sul, Ricardo Luís Gais tem 26 anos. Antes de trabalhar na cidade, ajudou na colheita do tabaco da família. Seu primeiro emprego foi como recepcionista no Soder Hotel (2016-2019). Depois atuou como repositor de supermercado no Super Alegria (2019-2020). Entrou no ramo da comunicação em 2020. Em 2021, recebeu o prêmio Adjori/RS de Jornalismo - Menção Honrosa terceiro lugar - na categoria reportagem. Desde março de 2023, atua como jornalista multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, em Santa Cruz. Ricardo concluiu o Ensino Médio na Escola Estadual Ernesto Alves de Oliveira (2016) e ingressou no curso de Jornalismo em 2017/02 na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Em 2022, migrou para o curso de Jornalismo EAD, no Centro Universitário Internacional (Uninter). A previsão de conclusão do curso é para o primeiro semestre de 2025.

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Ricardo Gais

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