O momento delicado que vivemos em encharcados solos gaúchos, com os olhos umedecidos pela dor e corações feridos, exigiu um amor maior, um amor de mãe, que lembramos em maior grau no último domingo, em meio à essa realidade incomum, porém já mais comum. O socorro a tantos necessitados requereu esse melhor de cada um e renovou a esperança na humanidade, apesar das sempre existentes exceções de insensíveis que se aproveitam inclusive destas situações tão adversas.

A passagem do Dia das Mães, nesse domingo, em nossas reuniões familiares, serviu para revalorizar e revigorar este amor original, que dá a vida, incondicional, que não tem barreiras, e superior, colocando-se acima de tudo. Neste momento, não tendo sentido diretamente os efeitos danosos das enchentes, mas ainda sofrendo com tantos irmãos e irmãs desalojados, lembrei-me do gesto da mãe-modelo em nossa casa, que foi a primeira a lembrar, quase de imediato, tão logo surgiam pedidos de ajuda à nossa querida e tão dilacerada Sinimbu, em fazer o seu Pix solidário.

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Os tantos apelos e tantas necessidades apresentadas no decorrer do desastre climático, que parece não ter fim, continuaram e continuam demandando o máximo de nossa solidariedade e caridade, expressando o amor-maior, do qual, sem dúvida, a mãe é o grande símbolo. Também por isso, foi importante renovar a homenagem no dia que lhe é dedicado e como deve ser reconhecido sempre. Do mesmo modo, foi e é interessante refletir sobre esse papel em nossas vidas, que a partir dela surgiram.

Vários textos e referências desfilam diante de nossos olhos no transcurso da data, assim como as experiências pessoais e familiares nos mostram novas realidades vividas nestes novos tempos. Ao lado da mãe, assim como do pai, aparecem cada vez mais presentes a mãe-vó, o pai-vô, como já pude referir em outra ocasião, mas não resta dúvida de que o amor materno continua a sobressair, também na avó. Vale registrar que, no ambiente familiar pessoal, a primeira neta, já chegando à maioridade e que já marcara o reconhecimento à mãe em tatuagem, o fez agora também aos avós, qualificando-os como “minha sorte na vida”.

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Como vô de uma geração não adepta a essa forma de homenagens, o mesmo ocorrendo com a vó, foi irresistível a aceitação desse “presente”, ainda mais feito de um modo discreto, como se recomenda ao nosso ver nesse tipo de intervenção corporal tão contemporânea. Assim como é atual e cada vez maior a participação dos avós na vida dos netos, tal como se “sente também na nossa pele”, em nosso conviver diário, ao contrário do que acontecia em nossos tempos. Pesquisas feitas ratificam o fato, indicando, por exemplo, que 58% ajudam ativamente nas tarefas diárias dos netos, 66% brincam com eles e 91% são percebidos como afetuosos.

Ao mesmo tempo, neste Dia das Mães não deixaram de aparecer publicações alertando de que todo esse amor materno, de mães e mesmo de avós, não pode ser extrapolado. Isso sói acontecer muitas vezes, e se pode comprovar em nossas vidas pessoais e familiares, quando se verificam exageros e superproteções, não recomendáveis pelos educadores, sob pena de se cometerem danos a ambos os lados, em prejuízos à saúde mental própria e dos filhos.

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Tudo isso vem à mente e bate no coração nestas horas difíceis, em que tanta gente necessita de amparo e consolo, e se pode ver e sentir presente o amor de tantos, refletindo o amor tão puro e grandioso da mãe. Que essas manifestações possam servir de alento humano e trazer a certeza de que iremos superar as adversidades do momento, ao ensinarem mais uma vez que a vida é feita de amor e esperança.

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Benno Kist

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