O sobradinhense Nelson Adilson Gass, 46 anos, tem no sangue o gosto e o conhecimento pela construção civil. Seu pai e xará Nelson foi quem lhe mostrou os primeiros passos na área. Ainda na infância cuidava com olhares atentos a cada movimento e depois, na juventude, passou a exercer a mesma atividade. “Comecei a aprender com 9 anos e aos 16 passei a trabalhar na construção civil, ganhando meu salário. De lá para cá, parei somente quando servi ao Exército, durante um ano”, conta.
Nestes quase quarenta anos trabalhando como pedreiro, especializou-se na construção de residências e nos acabamentos. E a formação no curso técnico em Contabilidade auxiliou, e muito, na hora das medições e cálculos necessários às obras.
Trabalhando com a realização de sonhos de muitas famílias, Nelson conheceu muitas pessoas e percebeu que além de entregar casas também tem a oportunidade de proporcionar harmonia à vida das pessoas. “Comecei a enxergar desta forma há alguns anos, mesmo sempre tendo em mente o conforto do cliente, passei também a compreender melhor as necessidades ou desejos dele”, salienta.
Pai de Maria Paula, 26 anos, os detalhes fazem parte da vida de ambos, sendo o desenho uma paixão em comum. A facilidade com os traços também possibilitam a Nelson reunir os conhecimentos junto à arquitetura da obra.
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Mesmo em meio a uma rotina com muitas horas de trabalho e de esforço físico, Nelson dedica-se ainda a uma outra paixão: o ciclismo. “A bike nasceu prescrita pra mim. Lembro que, desde a infância, admirava uma bicicleta que meu pai tinha, sem nem conseguir entender o que era aquela máquina. Alguns anos depois ganhei minha primeira bicicleta, cresci gostando. Foi então, aos 18 anos, que fiz minha primeira trilha, em Sobradinho”, relata Nelson, que seguiu andando de bicicleta como um passatempo.
Antes dos 30 anos, com início de depressão por excesso de carga horária, o médico receitou a Nelson oito horas de trabalho diárias e também dedicar um tempo a si. “Ele disse ‘vai curtir um pouco a vida, fazer alguma coisa que você goste’. Como já tinha bicicleta, passei a pedalar de tardezinha e fui conhecendo algumas pessoas. Tempo depois surgiram as primeiras provas ciclísticas e pude ver a realidade do esporte. Foi aí que despertei também o gosto competitivo, comecei a comprar peças e investir mais”.
Mesmo sem conseguir treinar, participava por gostar do esporte. “Até que decidi, aos 34 anos, me dedicar mais para evoluir. Em 2010 já estava andando mais e comecei a ganhar algumas provas na região. Foi quando participei pela primeira vez do campeonato estadual para descobrir o nível e saber onde era preciso chegar. Queria participar de trilhas e provas maiores, então neste mesmo ano reuni três amigos e a gente se deslocou para Gravataí para participar da última etapa de um copa estadual de cross-country, mesmo sem ter os equipamentos ideais, e fiquei em 3º lugar. Percebi então que tinha essa capacidade de evolução”, salienta.
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Em 2011 Nelson conquistou o campeonato em cross-country por pódios e na maratona por pontuações, na categoria Master A2. Em 2012 repetiu o feito, de forma invicta. “Como eu estava bem no estadual, na época ocorreu um evento mundial, em Santa Catarina, e meus amigos me incentivaram a participar. Muitas pessoas aqui na cidade me ajudaram a conseguir ir para lá, pois a renda pouca e tentando evoluir na vida também, não só na bike. Como eu não tinha ranking nacional e era um nível mundial, de categorias Master, corri na categoria 35 a 40 anos, com 62 atletas. Larguei entre os 10 últimos e consegui o feito de 8º colocado, recebendo da Federação Estadual uma homenagem como melhor atleta gaúcho de resultado dentro do mundial”, destaca.
Após alguns anos afastado das provas por razões pessoais, Nelson retornou aos treinos em 2018, e, em 2019, entrou no campeonato Copa dos Vales, que acabou se estendendo para 2020, onde garantiu o título de campeão. Após o período pandêmico, em 2022, em mais uma edição da Copa dos Vales, ele garantiu o bicampeonato na categoria 40 a 45 anos. “E agora, em 2023, encontrei o preparador físico Antonio Gonzales, que passou a me treinar e disse que queria me ver campeão. Eu tinha o sonho de voltar a correr o estadual e neste ano retornei, assim como também, em paralelo, na Copa dos Vales, na categoria Master B2 de 45 a 50 anos”.
A Copa Sesc MTB dos Vales 2023 iniciou em 12 de fevereiro, já tendo sido disputadas quatro provas (nas quais Nelson conquistou 1º lugar) e restando três para setembro, outubro e novembro. Nesta competição corre com o grupo Império do Pedal, de Candelária.
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Enquanto isso, no Campeonato Gaúcho de Mountain Bike, onde disputa junto com a equipe Santa Ciclismo, de Santa Cruz do Sul, as provas tiveram início em 12 de março, foram feitas duas até agora, onde teve 8º e 3º lugar, e a próxima será neste domingo, 21 de maio, em Riozinho. “Continuo trabalhando com obras, mas já possuo uma pequena área para manutenção de bikes, um objetivo que tenho, de montar uma oficina nessa área. Assim, meus treinos são feitos no período da noite, no rolo, que é o equipamento onde se coloca a bicicleta para poder andar, e aos fins de semana, nas estradas. Não consigo hoje ainda ter o horário ideal de treino e preparação, pois é preciso trabalhar também, mas isso não impede que continue participando e buscando melhorar”, conta Nelson, que tem participado das competições com investimento próprio, mas aberto a parcerias, como na evolução em relação aos equipamentos necessários às competições.
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