„Gott mit dir, du Land der Bayern,
deutsche Erde, Vaterland!
Über deinen weiten Gauen
ruhe Seine Segenshand!
|: Er behüte deine Fluren,
schirme deiner Städte Bau
Und erhalte dir die Farben
Seines Himmels, weiß und blau!“
Deus esteja contigo, terra bávara, terra alemã, terra pátria!
Por sobre teus amplos desfiladeiros, repouse sua abençoada mão! Que Ele guarde tuas campinas, proteja tuas cidades e te preserve as cores de seu céu, branco e azul!
Verso inicial do hino da Bavária.

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O hino bávaro espelha a alma religiosa da Bavária. A religiosidade é perceptível igualmente em suas inúmeras igrejas, muitas majestosas e antigas, mas também em suas muitas capelinhas, encontráveis até mesmo em meio a campinas e pastos verdejantes. Também a presença de Cristo em cruzes à beira de estradas sinaliza religiosidade. Na Bavária se respira a presença do Altíssimo na cultura, na vida coletiva, na natureza. As pessoas se cumprimentam com um “Griasgott” – forma abreviada para “Grüsse dich Gott” em lugar de “Hallo ou Guten Tag” – “Olá ou Bom dia”; a despedida é feita com um “Fiat di”, abreviatura de “Führe dich Gott” – “Deus te conduza”. Por lá conheci até mesmo uma interessante estória. Conta-se que quando Deus distribuiu as terras germânicas, fê-lo atendendo a uma fila de espera. Quando Deus terminou, restava no fundinho da fila um Bajuware (ancestral dos bávaros). Compadecendo-se dele, Deus lhe entregou a porção de terra que havia reservado para si próprio – a Bavária.

O sul da Bavária se encontra aninhado entre vales, morros, lagos, castelos, igrejas que compõe um cenário mágico. A região alpina alemã é indescritivelmente linda, desde Berchtesgaden, junto ao lago Königssee e a montanha Watzmann, passando por Füssen e o castelo de Neuschwanstein e Mittenwald, cidade berço do violino, ao pé das montanhas Karwendel, até Oberbayern, na região de Pfaffenwinkel e da montanha Herzogstand. Também desta vez visitei a região e ela continua me encantando.

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Quando se visita os pequenos povoados, percebe-se a existência de consciência coletiva em favor da preservação da natureza, das tradições e da cultura. Seja no cuidado para com a preservação da vida silvestre, na culinária, na música e suas inúmeras bandas com instrumentos de sopro, na arquitetura peculiar com Lyftmalerei (pinturas nas fachadas), nos trajes típicos em eventos religiosos e dias festivos, na linguagem bávara. A propósito, o dialeto bávaro está presente no cotidiano da vida das pessoas, na TV, em seriados como “Dahoam is Dahoam”, em muitos filmes.

O jeito bávaro de lidar com sua cultura, seu dialeto, suas tradições e seus cuidados para com a natureza, certamente colabora para singularizar o Estado e o torna muito atraente para o turismo. A Bavária conseguiu ser conhecida no mundo todo, apesar do espaço ínfimo que ocupa no mapa mundial. E isto que ainda nem mencionei nada do restante do Estado: de seus muitos castelos como o Linderhof, Hohenschwangau, Veste Coburg, Herrenhiemsee; nem falei da sua Oktoberfest ou do FC Bayern München e o Alianz-Arena; nem da qualidade de suas cervejas ou de famoso vinho branco da região de Franken, em garrafa típica, conhecida como Bocksbeutel; nem de suas inúmeras cidades históricas bem cuidadas e preservadas; nem de sua deliciosa culinária, de seus costumes ou festas. A propósito, o correio acaba de me entregar um livro sobre costumes e tradições bávaras, lindo presente de aniversário, enviado de München, pelo ex-cônsul geral da Alemanha no Rio Grande do Sul, Reinhard Thurner.

Dankschee, Bayern! Führe dich Gott!

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