Andrés Nicolás D’Alessandro encerrou a carreira aos 41 anos. A última partida do argentino naturalizado brasileiro foi a vitória do Internacional por 2 a 1 sobre o Fortaleza. Pelo clube, a trajetória iniciada em agosto de 2008 resultou em 13 títulos, com 529 jogos disputados, 97 gols marcados e 113 assistências. O primeiro jogo foi justamente um Gre-Nal, pela Copa Sul-Americana, competição que o Inter conquistaria naquele ano.
Após o apito final, uma bela homenagem foi realizada para D’Alessandro, que estava acompanhado dos pais, da esposa e dos filhos. Emocionados, os torcedores foram às lágrimas no Beira-Rio. O camisa 10 foi reverenciado pelo companheiros de clube. Um desfecho bonito para uma jornada brilhante do ‘El Cabezón’. Para o último tango, ele convidou o empresário Delcir Sonda, responsável direto por sua contratação, os ex-presidentes Fernando Carvalho, Giovanni Luigi e Marcelo Medeiros, além do ex-coordenador do Departamento de Performance do clube, Élio Carravetta, demitido em fevereiro deste ano após 25 anos no clube.
Pela seleção argentina, foi medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004. Além do Colorado, D’Ale defendeu o River Plate (Argentina), Wolfsburg (Alemanha), Portsmouth (Inglaterra), Zaragoza (Espanha), San Lorenzo (Argentina) e Nacional (Uruguai). Foram 846 jogos e 146 gols na carreira. O diário Olé, o diário Clarín e o diário La Nación destacaram o encerramento da carreira de D’Alessandro.
Publicidade
Na despedida, D’Alessandro deixou uma mensagem aos 36 mil presentes no Beira-Rio. “Vou tentar ser curto, é difícil falar. Simplesmente agradecer a todos vocês pelo carinho. Não vai ter tempo para devolver todo o respeito e carinho. O Sport Club Internacional é muito grande, eu aprendi isso. Espero ter correspondido e estado a altura desse clube. Muito obrigado! A partir de amanhã vou ser mais um torcedor. Eu amo vocês também”, disse. “Estou no lugar que eu quero, encerrei onde eu queria. O River faz parte da minha vida, uma fase diferente da minha carreira, mas isso é inacreditável. A partir de amanhã serei mais um colorado torcendo pelo nosso clube”, complementou.
Retorno ao Inter no futuro
“A partir de amanhã (segunda) começo a mandar currículo para ver se consigo em algum departamento do clube. É brincadeira, não posso reclamar de nada. Quem me conhece sabe o que representa o Inter dentro da minha casa. Não só para mim como minha família. O futuro ninguém sabe. Só sei que agora sou mais um desempregado, como todos que têm no mundo. Agora vou descansar, curtir minha família e meus amigos. Sinto que minha história aqui não fechou. É preciso adquirir mais conhecimento para no futuro trabalhar com futebol e trabalhar no Inter. Mas não é fácil, meu estado já passou do normal. Me dediquei muito para ser atleta de futebol. E por trás disso tem a dedicação dos meus pais. O que eles fizeram para eu alcançar 22 anos de carreira é inimaginável. É por eles que fiz tudo, eles que criaram esse monstro. São coisas que mexem conosco.”
Publicidade
Fora da rotina de atleta
“Fiz curso de gestão com Fernando Carvalho. Aprendi com os caras quem sabem. E também de treinador. Mas isso não quer dizer que eu esteja pronto, é complicado. Acredito que serei mais pai do que eu era. Queria passar mais tempo com meus filhos, viajar para a Argentina. Coisas que o futebol tira e que agora vou estar presente. Mas a gente não reclama, pois o futebol entrega muito e a gente ama. Realmente não sei o que vai acontecer. Gostaria de viajar, assistir alguns jogos importantes e ver alguns trabalhos. Uma coisa é assistir pela TV, outra ao vivo.”
Dívida por título nacional
“Nada é perfeito. Trabalhei para merecer o que aconteceu. Ninguém me obrigou a sair, ninguém me obrigou a voltar. Falando de futebol, deixo dívida muito grande e não vou conseguir pagar, um título nacional. Bati na trave duas vezes no Brasileirão e duas vezes na Copa do Brasil. Espero que o clube consiga, mas é o que vou levar comigo.”
Gol incrível e inacreditável
“Se eu pudesse escolher algumas formas para me despedir, seria desta forma. Foi tudo perfeito. O gol fechou uma história que eu imaginava. Perfeita. A ficha ainda não caiu, estou no ar, mas a forma como eu comemorei, os caras se jogavam por cima de mim. Eu disse, calma que tem o VAR. Se o VAR anula, eu tenho que sair do jogo.”
Admiração por Medina
“Ele merece todo meu respeito, toda minha admiração, por todo seu trabalho. O que desempenhamos hoje, foi fruto do trabalho que passou. Cacique foi fundamental para mim nesses últimos quatro meses.”
Publicidade
Fruto de merecimento
“Eu trabalhei para merecer o que aconteceu hoje no campo. Sou mais um dentro de uma história enorme de atletas que ganharam muito mais do que eu, com uma identificação maior do que a minha, mas isso não tira tudo que eu fiz dentro do clube. Comprei todas as causas que o clube me colocou, porque eu queria. Ninguém me obrigou a sair, a voltar, saio com a consciência muito tranquila.”