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Daiello foi diretor que permaneceu por mais tempo no cargo da PF após ditadura

Com o anúncio da nomeação do novo diretor-geral da Polícia Federal, sai de cena no próximo dia 20 o mais longevo comandante da corporação no período democrático, Leandro Daiello Coimbra, que durante seis anos e dez meses dirigiu a instituição. Considerando toda a história do Brasil, ele fica em segundo lugar, atrás apenas de Moacyr Coelho, que ficou no cargo durante 11 anos na época do Regime Militar, de 1974 a 1985. Quem assume a diretoria da PF agora, conforme anúncio feito por Michel Temer nessa quarta-feira, 8, é o delegado Fernando Segóvia.

Sob a gestão de Daiello, a PF protagonizou as maiores operações de combate à corrupção e a malfeitos em administrações públicas, como a Lava Jato, Acrônimo, Zelotes, Calicute e Ararath.

Quando assumiu a cadeira, em 2011, no governo Dilma Rousseff, Daiello pegou uma Polícia Federal renovada. Muitos investigadores veteranos haviam pedido aposentadoria e outros foram “encostados” em cargos burocráticos em uma renovação em todo o País promovida pelo antecessor, Luiz Fernando Corrêa.

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Daiello não tinha em seus planos profissionais tal desafio. Em 2011 ele dirigia a PF em São Paulo e estava de malas prontas para assumir a adidância em Roma, seu sonho e de sua família. “Troquei Roma por Brasília”, resignava-se. 

Com a mudança geral dos quadros da instituição, Daiello herdou um aparato idealista, com uma força jovem e de elevado grau de politização. Habilidoso e conciliador, soube contornar críticas.

A Lava Jato caiu no seu colo, em 2014, a partir da longa investigação do pessoal de Curitiba. Sob sua tutela, foi criado o Grupo de Inquéritos da Lava Jato no Supremo, o GINQ. Com os inquéritos apontando para políticos, Daiello foi se fortalecendo, especialmente porque sua saída era vista como retaliação à Lava Jato.

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Resistiu à passagem de seis ministros da Justiça, que o mantiveram por sua lealdade e conhecimento das investigações. O segredo do diretor pode ser medido na declaração recorrente do ex-ministro José Eduardo Cardozo. Quando cobrado para ter maior controle sobre a PF, ele dizia que “o governo não exercia ingerências sobre as investigações da PF de Daiello.

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