Atropelamentos e eletrocussão (morte por descarga elétrica em linhas de transmissão) são as principais causas de morte de animais que tentam atravessar a ERS-118, especialmente no trecho conhecido como Frei Pacífico. Para evitar os acidentes, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e o Laboratório de Primatologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) firmaram uma parceira que prevê a sinalização do segmento, para que os motoristas trafeguem com atenção.
O projeto de segurança viária já está sendo elaborado de acordo com o levantamento feito pelo biólogo Óscar Chaves do Laboratório da Universidade a respeito dos pontos que necessitam maior atenção. Entre os dispositivos a serem implantados, estão redutores de velocidade, placas indicativas da travessia de animais silvestres e, até mesmo, pontes de cordas para que os animais arborícolas, como os bugios, se desloquem entre as árvores e evitem cruzar a pista pelo chão.
Segundo o diretor-geral do Daer, Rogério Uberti, os serviços devem começar o quanto antes. “Além de toda a questão ambiental, a comunidade será beneficiada. Um dos trechos que receberá dispositivos está em frente a uma escola. No local, será implantada uma lombada eletrônica”, adianta.
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Os animais feridos são recolhidos para um abrigo na região, onde recebem tratamento.
Foto: Circe Precht/Daer
Para o biólogo Júlio César Bicca-Marques, professor titular da PUCRS, a medida deve reduzir a morte dos animais. “São bugios, gambás, graxains, tatus, serpentes e lagartos entre outros, que perdem a vida devido à intervenção humana. Há uma invasão de áreas onde antes havia apenas mata”, explica. Ainda segundo o biólogo, sem o apoio da autarquia seria impossível evitar esses atropelamentos.
A parceria entre as duas instituições nasceu de uma atividade da disciplina de Biologia da Conservação do curso de Ciências Biológicas da PUCRS. Os alunos da disciplina elaboraram uma petição pública que já conta com quase 64 mil assinaturas em favor dos animais.
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O documento chamou a atenção do diretor-geral do Daer, que se prontificou a desenvolver soluções para o trecho. “Essa proposição da PUCRS é mais um exemplo de que o Daer está atento aos anseios da sociedade e focado em apresentar alternativas que resolvam com agilidade essas demandas”, afirma Uberti.
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