As praças de pedágio de Venâncio Aires e Candelária arrecadaram R$ 4,1 milhões a menos do que custaram as obras e a manutenção dos quase 150 quilômetros da RSC-287 no ano passado. Segundo informações da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), foram R$ 49,5 milhões em obras e manutenção da rodovia, ante R$ 45,4 milhões em arrecadação nos dois pedágios.
Conforme o diretor-presidente da EGR, Nelson Lídio Nunes, a estatal prevê esta quebra de caixa, e para não ter problema com isso, mantém um fundo único, com contribuições dos pedágios estaduais. “Todos os meses é depositado 15% do valor líquido arrecadado junto às praças, em uma espécie de poupança. Quando uma região precisa de mais recursos, a gente desloca deste fundo”, explica.
A reposição do fundo é gradual e não condiciona o início de obras em uma rodovia ao seu pagamento integral. O deficit da 287 foi na praça de Candelária. A estatal arrecadou menos, desde o início do ano, entre os meses de janeiro e março de 2017. Na época, foi instalada uma ponte móvel no quilômetro 153, em Novo Cabrais, pois a estrutura que havia no pista oferecia risco à segurança.
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A obra para instalação da nova ponte foi concluída ainda no primeiro semestre do ano passado, normalizando o volume de tráfego no trecho da rodovia. “Foi uma obra emergencial que custou mais de R$ 700 mil. Para estes serviços é preciso ter uma margem previsível, como este fundo compartilhado por todo o Estado”, destaca Nunes.
Sem previsão de reajuste
Nelson Lídio Nunes revela que não há previsão de aumento no valor dos pedágios para 2018. O último reajuste, em outubro do ano passado, elevou o valor em 34,61%. O custo do veículo de passeio, por exemplo, foi de R$ 5,20 para R$ 7,00. “Aquela correção foi necessária porque a tarifa antiga foi apontada como irregular pelo próprio Tribunal de Contas do Estado, pois quando da criação da EGR não houve um estudo para definir o valor da cobrança”, argumenta Nunes.
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O diretor-presidente garante ainda que a manutenção da rodovia, com as obras de conservação de acostamento, sinalização, roçadas e tapa-buracos na pista, seguem garantidas para o ano de 2018.
Nunes: fundo ajuda a absorver as perdas.
Foto: Lula Helfer.
Viaduto Fritz e Frida
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Outra frente que consumiu uma parte importante dos recursos locais da EGR foi a construção do viaduto Fritz e Frida, no acesso a Santa Cruz do Sul. A obra é tida como prioridade da estatal. “Não existe um teto máximo para os gastos, existe um objeto, que neste caso é a obra do viaduto. Enquanto ela não for concluída, ela é a principal nesta região.”
Segundo Nunes, o viaduto está orçado em R$ 27 milhões, e os desembolsos ocorrem na medida em que a construção avança. “Isso não quer dizer que todo o valor foi pago durante o ano passado”, reforça. Concluída a obra no acesso, o próximo passo da EGR na região é o alargamento da praça de pedágio de Venâncio Aires. No fim do dia, especialmente em período escolar, são registrados pontos de lentidão nas cancelas. “Uma das alternativas será o deslocamento de parte da praça, separando a cobrança de ida e de volta, como ocorre hoje em Cruzeiro do Sul.”
O diretor-presidente da EGR afirma que o alargamento da pista no trecho do pedágio torna-se inviável economicamente. O custo com a preparação do solo no local deixaria o projeto muito mais caro. “Este será nosso próximo projeto contemplado na região.”
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