O termo natal faz referência ao nascimento ou ao local onde uma pessoa nasceu. Em se falando de celebração natalina, a palavra se refere à data que simboliza o nascimento de Jesus Cristo.
Este ano a Christkindfest intenta celebrar “os sonhos dos imigrantes no Ano do Bicentenário Alemão, a história de Natal pela perspectiva dos imigrantes.” (Gazeta do Sul, 04.12.24, pg. 4). Além do bicentenário da imigração alemã no Brasil, Santa Cruz celebra este ano 175 anos da vinda dos primeiros imigrantes e a Semana da Imigração. Eventos especiais para solenizar ainda mais as tradições natalinas vindas com os imigrantes para Santa Cruz.
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Conforme o coordenador-geral, “fazemos questão de valorizar nossas raízes e transmitir aos espectadores a verdadeira essência do Natal: união, esperança e alegria.” (idem). A denominação, – Christkindfest –, para a nossa feira natalina, fornece um vislumbre do significado de Natal.
Santa Cruz é detentora de um valioso legado cultural natalino. A começar por todo um preparo dentro de nós e em nosso lar que inicia com o Advento – as quatro semanas que antecedem o Natal. Iniciamos colocando sobre a mesa uma coroa de advento com quatro velas. Em cada domingo acendemos uma e, quando todas estiverem acesas, terá chegado o grande dia. Durante este período o ar fica impregnado de aromas de especiarias natalinas – canela, baunilha, cardamomo, noz-moscada, cravos – especiarias que incorporamos aos biscoitos e ao bolo natalino alemão. Enquanto preparamos essas delícias, entoamos e ouvimos antigas canções – “Alle Jahre wieder”(1837) – “Stille Nacht, heilige Nacht”(1818) – “O Tannenbaum”(1824) – “Es ist ein Ros entsprungen” (1599) e muitas outras.
Assar biscoitos na companhia das crianças e cantar canções natalinas integra o legado alemão. Também cantar em casa, em família, em reuniões de amigos. O canto tem um lugar privilegiado nas associações, no canto coral – em tempo de Christkindfest as apresentações são muito especiais. Também os concertos natalinos, as caminhadas com luzes de velas e as feiras natalinas, cuja tradição vem da idade média germânica.
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Quando a “Stille Nacht” – a noite silenciosa se aproxima, é tempo de ornamentar um pinheiro, iluminá-lo com luzes de velas, depositar ao seu abrigo o berço de Christkind, na companhia de Maria, José e os animais no estábulo. Em seu entorno, os presentes. Esses rituais nas famílias, em noite de Natal fazem brotar a autêntica alegria nos olhinhos brilhantes das crianças que devem receber um mimo, por ser a celebração de Christkind.
Para os alemães imigrantes e, mesmo hoje na Alemanha, a refeição natalina costuma ser sóbria – linguicinha grelhada com Kartoffelsalat/salada de batatinha, ou peixe/carpa; em algumas regiões, o assado de Ganso/Gänsebraten é tradicional. Em meu lar, a mesa natalina continua comedida. Decoramos a mesa com ramos de pinheiro e luz de velas. Nela tem lugar o Weihnachtsstollen/Manto natalino – um bolo com massa levedada ao qual são incorporadas especiarias, nozes, passas ao rum e frutas cristalizadas. Tradição natalina alemã que ultrapassa séculos. Seu formato alongado e coberto por uma camada de açúcar de confeiteiro lembra o menino Jesus envolto em manto alvo.
Valiosas tradições. Tudo isso e muito mais faz parte da verdadeira essência da celebração natalina, para celebrar a vinda de Christkind e o seu amor por todos os humanos. Saibamos sempre preservar esse sentido, cultivar as ricas tradições envolvidas, para não perdermos as raízes natalinas legadas a Santa Cruz, para que essa divina celebração não se transforme em extensão dos desfiles de outubro ou antecipação dos desfiles de carnaval. Cada um desses eventos é precioso e precisa continuar primando por sua essência, para não acabar tudo em desfiles da alegria.
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