A primeira viagem de avião a gente nunca esquece. De fato, não esqueci. O destino: Curitiba, no Paraná. Acadêmica de Jornalismo, à época, me inscrevi para um congresso na área. Trabalho aprovado, passagens compradas. Antes de qualquer coisa era preciso ir até Porto Alegre, a primeira etapa da empreitada. Aproveitei para visitar meus tios, que moravam em Canoas. Aliás, foi meu tio, hoje aposentado da Base Aérea, que me acompanhou até o Salgado Filho.
Com a passagem e a documentação em mãos, parti em direção ao check-in. O voo estava marcado para as 7 horas. Cheguei duas horas antes, conforme manda o figurino. Mala despachada, portão de embarque identificado. Uma espera longa para quem está ansioso em realizar algo novo. E, de repente, em meio a um silêncio ensurdecedor uma voz ressoa nas caixas de som: “Atenção, passageiros com destino a Curitiba. O voo está cancelado devido às condições climáticas no aeroporto local”. Até aí, tudo bem. Afinal, um probleminha sempre dá. O fato é que os minutos se transformaram em horas.
LEIA TAMBÉM: Não mude de faixa
Publicidade
Enquanto isso, lá em Curitiba, colegas me aguardavam. A única forma de contato era o SMS. Digamos que isso tinha um certo tom de emoção. Hoje, com o advento do WhatsApp, seria bem mais fácil, mas, quem sabe, menos divertido. Finalmente, depois de um significativo tempo, veio o anúncio: voo autorizado. Lembro de ter priorizado a escolha pela janela ao comprar as passagens.
Queria acompanhar tudo de perto. Sentei-me no assento e, antes mesmo de ouvir as instruções dos comissários, coloquei o cinto. Foi quando, um tanto atrapalhada na condução do processo, um senhor, sentado próximo a minha poltrona, se sentiu confortável em me instruir na colocação do item de segurança. Com as bochechas um tanto rosadas, sorri e agradeci. E, então, chegou o momento de decolar. Uma sensação única! Na chegada ao aeroporto de Curitiba, mais uma etapa precisava ser cumprida: a retirada da mala. Enquanto acompanhava a dança dos objetos na pista de rolagem, deu aquele frio na barriga. Logo a avistei. Quando a retirei do local, percebi que estava quebrada. Detalhe: tinha pegado emprestado com meu pai. Procurei o atendimento da companhia aérea. Nada feito.
LEIA TAMBÉM: Unidas pelo Meteoro
Publicidade
Foram dias maravilhosos e bem aproveitados em Curitiba. Cidade limpa, organizada. Tenho recordações especiais. Após cumprir todos os compromissos, era hora de voltar. Com a mala um tanto “capenga”, rumei ao Afonso Pena. No retorno para casa os protocolos para voar seguiram o fluxo, sem ressalvas.
Na aeronave, novamente na poltrona ao lado da janela, um homem e uma mulher eram companheiros de viagem, sentados ao meu lado. Começamos um papo sobre o meu primeiro voo. Eles almejavam me tranquilizar a respeito de quaisquer “medos” ou até mesmo “receios” que ainda pudesse ter. Conversa vai, conversa vem… Quando o avião chegava a Porto Alegre, prestes a pousar, veio a turbulência. Mantive a calma e me preparei para usar os recursos de emergência. Enquanto isso, a mulher segurou a minha mão. Já o homem precisou apelar para a “sacolinha”. Como passageira de primeira viagem a bordo de um avião, acredito que tenha ido bem. Principalmente, na hora do “pequeno aperto”. Finalmente, em terra firme, confirmei a máxima: “um probleminha sempre dá”.
LEIA MAIS TEXTOS DE FORA DE PAUTA
Publicidade