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Dá para engravidar em tempos de Zika?

Desde que foi identificada sua relação com a microcefalia, o vírus zika tem sido motivo de grande preocupação entre os casais que desejam ter filhos. Com todos os riscos envolvidos, será que agora é uma hora de tentar engravidar? Com o intuito de amenizar essa situação de alarmismo, a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) está lançando a campanha “Gravidez em tempos de zika” em todo o país. O objetivo é conscientizar a população sobre o entendimento atual das complicações do vírus, levando informações de qualidade, comprovadas cientificamente (veja o canal oficial da campanha).

De acordo com o último relatório divulgado pelo Ministério da Saúde, de 2015 a julho deste ano, foram confirmados, no Brasil, 1749 casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso com suspeita de serem causadas por infecção congênita. Desse total, 272 tiveram confirmação laboratorial de estarem relacionados ao zika, mas mantém-se a suspeita de que a maioria das mães cujos bebês foram diagnosticados com microcefalia teve contato com o vírus.

Apesar dos riscos da doença, é possível engravidar com segurança nesses “tempos de zika”. De acordo com o médico Selmo Geber, professor titular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em reprodução humana, as chances de um bebê nascer com microcefalia por causa do zika variam de 1% a 13%, de acordo com o local de residência. “Estar bem informado é a melhor forma de prevenção. Certamente, o zika ainda precisa ser mais estudado, mas já contamos com métodos que ajudam a evitar a infecção”, explica.

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Sabe-se atualmente que o zika é transmitido pela picada do mosquito Aedes Aegypti infectado, pela transfusão de sangue e por meio de relação sexual desprotegida. Além disso, está confirmada a sua transmissão por via transplacentária, isto é, da mãe para o feto. No caso dos mosquitos, a melhor forma de se prevenir é evitando a picada, ficando atento a áreas de risco e usando roupas longas e repelentes indicados pelo médico especialista.

Homens também podem ser infectados e transmitir o zika para a parceira. Alguns estudos mostram que o vírus pode permanecer no sêmen por tempo maior que no sangue, logo, é importante que eles também tenham cuidado e realizem exames preventivos. Geralmente, o próprio organismo se encarrega de eliminar o zika, o que significa que, em boa parte dos casos, o sonho da gravidez pode ser simplesmente uma questão de esperar um pouco mais.

Para quem não quer a gravidez agora e se preocupa com a idade, a recomendação é procurar a alternativa de congelamento de óvulos. “Essa técnica tem se firmado como uma boa opção para quem busca a gravidez, mas deseja adiá-la, uma vez que, depois dos 35 anos, existe uma diminuição na chance de fecundação devido à perda gradativa e natural da quantidade e qualidade dos óvulos. Atualmente, o sucesso das fertilizações in vitro a partir de óvulos congelados já alcança uma taxa de 40%, desempenho quase semelhante aos procedimentos realizados com óvulos frescos”, afirma Geber.

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