O preço médio dos 24 itens básicos de alimentação, higiene pessoal e limpeza, pesquisados mensalmente pela Gazeta do Sul, está mais alto. O levantamento feito nessa sexta-feira, 12, revela alta de 3,11% no valor médio dos produtos verificados nas principais redes de supermercados com lojas em Santa Cruz do Sul.
Quem vai às compras no supermercado já deve ter notado que os produtos da cesta básica – essenciais para a alimentação e cuidados de higiene pessoal e limpeza das famílias – sofreram reajuste no último mês. Na comparação com maio, o custo de vida está R$ 4,91 mais alto. Para comprar todos os itens da pesquisa, são necessários R$ 162,98 em junho. No levantamento de maio, o custo era de R$ 158,07.
Dos 16 produtos de mercearia e fiambreria avaliados mensalmente, apenas dois registraram queda de valor. O biscoito doce e o achocolatado em pó frearam a alta de preços. No outro lado da gangorra pesou o valor do feijão-preto e do arroz. Na média, o quilo desta dobradinha tradicional na alimentação dos brasileiros subiu R$ 0,17 e R$ 0,20, respectivamente.
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No caso do feijão, o preço se elevou 24% desde abril, quando a Gazeta do Sul deu início à pesquisa. Na época, o quilo do produto era vendido pelo preço médio de R$ 6,44. Já no levantamento feito nessa sexta-feira, o valor nas prateleiras dos supermercados alcançou a média de R$ 7,99. A variação entre redes é tão grande que o preço mais alto chega a R$ 9,55 e o mais em conta sai por R$ 6,45 (confira na tabela abaixo).
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Farinha de trigo e massa com ovos também tiveram reajuste no mês de junho. Nos itens de mercearia os destaques ficaram com a margarina e com o queijo tipo mussarela. Ambos os produtos subiram no último mês.
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Para equilibrar o custo da cesta, os produtos de limpeza doméstica baixaram de preço, freando o valor total dos produtos adquiridos nos supermercados. Água sanitária e papel higiênico registram uma ligeira queda. O destaque do setor ficou com o sabão em pó, em que, na média, a marca pesquisada reduziu R$ 0,35 na embalagem de um quilo. Entre os produtos de higiene pessoal, o sabonete foi item que apresentou queda de preço no último mês.
IMPORTANTE: Pesquisa realizada nessa sexta-feira, entre 10 horas e meio dia, em cinco lojas de redes de supermercados instaladas em Santa Cruz do Sul. O levantamento leva em consideração marcas líderes de mercado e as mesmas referências e quantidades utilizadas pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas).
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Estiagem já impacta nas gôndolas dos supermercados
O empresário santa-cruzense Celso Müller, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios dos Vales do Rio Pardo e Taquari (Sindigêneros VRPT), explica que a alta de preços sentida nos produtos de mercearia pesquisados, como arroz e feijão, tem explicação no desempenho da última safra, prejudicada pela estiagem.
“O arroz é um dos produtos que subiu muito nos últimos 30 dias. Isso tem a ver com o clima. No caso do feijão, o problema de quebra na produção é ainda maior”, avaliou Müller.
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Além dos itens de mercearia, o empresário destaca que os produtos hortigranjeiros, que não fazem parte da pesquisa, vêm sofrendo com a estiagem. “A batata é um dos produtos que está com valor mais alto e isso tem relação direta com o clima.”
Para o empresário, o reajuste poderia ser até maior, se descontado o consumo das famílias durante a pandemia. “Como a venda está alta, e esta procura vem se mantendo, os valores acabam subindo menos. O consumo tem ajudado a conter os preços no último mês”, disse Müller.
A alta de preços em Santa Cruz do Sul ocorre no Estado. Conforme a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), a variação cambial e a elevação do valor do dólar frente ao real pressionam o custo dos alimentos. “Esta alta provoca uma reação em cadeia, fazendo com que o valor dos itens básicos acompanhe esta tendência de reajuste medida hoje no Estado”, avaliou o presidente da Agas, Antônio Cesar Longo.
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MÊS A MÊS
ABRIL 2020: R$ 157,98
MAIO 2020: R$ 158,09
JUNHO 2020: R$ 162,98